O motoboy Lauro César Gonçalves Pereira, de 32 anos, prestou depoimento na noite desta terça-feira (25) no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) sobre o caso de Alice Martins Alves, mulher trans de 33 anos, que morreu duas semanas após ser brutalmente agredida na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. As agressões ocorreram em 23 de outubro e a vítima faleceu em 9 de novembro em decorrência dos ferimentos.

Lauro foi a pessoa que interrompeu o espancamento e ajudou Alice logo após o ataque. Segundo a Polícia Civil, a ação dele foi fundamental para evitar que a mulher morresse ainda no local.
Antes de depor, o motoboy conversou com a imprensa e relatou que ofereceu pagar os R$ 22 que motivaram a violência. Mesmo assim, os agressores não pararam. Ele afirmou que questionou o motivo da brutalidade e pediu que os envolvidos chamassem a polícia, mas foi hostilizado.
“Falei que pagava, mas eles continuaram gritando e xingando. Pedi para que não tocassem mais nela e perguntei por que fizeram aquilo”, contou.
Lauro disse que estava trabalhando quando encontrou Alice caída no chão, com dois homens ao redor. Inicialmente pensou tratar-se de um atropelamento, mas percebeu que ela havia sido agredida ao ouvir as ameaças dos suspeitos. Ele acenou para uma viatura da Polícia Militar, que chegou e acompanhou o socorro da vítima a uma unidade de saúde. Alice estava muito machucada e desorientada.
O motoboy afirmou ainda que só descobriu a gravidade do caso dias depois, ao ver uma publicação sobre a vítima nas redes sociais.
“Comentei com minha esposa: ‘Eu ajudei essa moça’. Fiz um comentário no post e aguardei ser chamado. Sempre ajudei quem precisa”, declarou.
Investigações
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que Alice pediu por socorro diversas vezes antes de ser atacada novamente. Os principais suspeitos são funcionários da lanchonete Rei do Pastel, onde ela consumiu bebidas na noite do crime. De acordo com a Polícia Civil, a motivação inicial apontada é o não pagamento de uma conta de R$ 22.
O boletim de ocorrência indica que Alice desmaiou após o espancamento. Ela sofreu perfurações no intestino, fraturas em costelas e desvio de septo nasal. Testemunhas acionaram o Samu e ela foi levada ao hospital, onde permaneceu internada até morrer.
A investigação corre no Núcleo Especializado de Feminicídios do DHPP, que apura também se houve motivação transfóbica no ataque. Apesar de identificados, os suspeitos seguem em liberdade enquanto o inquérito segue em andamento.
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