A Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou, nessa quarta-feira (12), uma moção de apoio à operação realizada no dia 29 de outubro pelas Polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro nos Complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais, e 113 prisões.

A proposta, assinada pelos vereadores Pablo Almeida (PL), Sargento Jalyson (PL) e Wanderley Porto (PRD), elogia a “coragem dos profissionais de segurança” e o “êxito da ação” no cumprimento de mandados contra integrantes de facções criminosas. A moção foi aprovada pela maioria dos parlamentares, apesar da impugnação apresentada por Pedro Patrus (PT), que lamentou o número de mortes e criticou a manifestação da Câmara antes da conclusão das investigações.
Conteúdo da moção
Dirigida ao secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, a Moção 244/2025 destaca que a incursão policial promoveu o “enfrentamento direto à criminalidade organizada” e resultou na apreensão de armas, drogas e materiais de guerra. O texto classifica a operação como um “ato de bravura e compromisso com o dever público” e defende que as forças de segurança recebam recursos, reconhecimento e amparo para continuar atuando.
Argumentos favoráveis
Durante a discussão em plenário, Wanderley Porto afirmou que a operação foi “exitosa”, apesar das mortes de quatro policiais. “Os próprios bandidos disseram, na gíria deles, que não houve ‘esculacho’; os que se renderam foram conduzidos sem um tiro, mas os que enfrentaram a polícia estão hoje a sete palmos”, declarou.
O parlamentar citou pesquisas que, segundo ele, mostram que mais de 80% dos moradores das comunidades afetadas aprovaram a operação. Os coautores da moção e outros vereadores, como Cláudio do Mundo Novo (PL), Irlan Melo (Republicanos) e José Ferreira (Pode), também defenderam a medida, exibindo imagens e relatos sobre a atuação de criminosos armados nas favelas e criticando o posicionamento do governo federal e de setores da esquerda.
Críticas e votos contrários
Na impugnação apresentada, Pedro Patrus (PT) afirmou que a ação policial “mantém viva uma cultura de violência institucional” e que o Estado não pode “recorrer à violência para construir a paz”. Para ele, o alto número de mortes “mancha a mão do Estado” e evidencia a incapacidade de lidar com os problemas sociais sem recorrer à letalidade.
A vereadora Luiza Dulci (PT) e as parlamentares do Psol, Cida Falabella e Iza Lourença, acompanharam Patrus e votaram contra a moção, argumentando que o modelo de combate adotado penaliza jovens negros e periféricos e reforça práticas violentas nas comunidades. Elas também lembraram que entidades de direitos humanos e grupos religiosos se manifestaram contra a operação.
Resultado
A moção foi aprovada de forma simbólica, com quatro votos contrários, e o debate se estendeu por quase uma hora após a votação.
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