Voo com 84 brasileiros deportados dos EUA chega ao Aeroporto Internacional de BH

Mais um voo com 84 brasileiros deportados dos Estados Unidos chegou ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, por volta das 21h45 desta quarta-feira (8).

Segundo relatos de passageiros, o desembarque foi demorado e só começou quase duas horas após o pouso. Desta vez, as algemas não foram retiradas antes da aterrissagem devido a uma confusão entre agentes americanos e um dos deportados durante o voo. Testemunhas afirmam que os agentes agiram com violência para conter o homem.

Um dos brasileiros relatou que um agente chegou a pisar no pescoço do passageiro. A atitude gerou revolta entre os demais deportados, que se levantaram e protestaram dentro da aeronave. Para evitar novos incidentes, os agentes decidiram manter todos algemados até o pouso. Alguns passageiros disseram ter viajado com algemas nos pés e nas mãos.

No terminal, o processo de acolhimento dos deportados só começou cerca de duas horas depois. Durante a triagem, dois homens foram detidos por possuírem mandados de prisão em aberto no Brasil.

Logística e histórico dos voos

A escolha por Confins está relacionada à estrutura do aeroporto, que tem capacidade para receber aeronaves de grande porte e oferece conexões que facilitam o retorno dos deportados às suas cidades de origem, especialmente em regiões com alto número de emigrantes, como Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.

Os voos coletivos de deportação foram retomados em outubro de 2019, durante o primeiro mandato de Donald Trump. Até então, o Brasil não recebia esse tipo de voo desde 2006.

De acordo com as normas americanas, estrangeiros podem ser deportados por entrada irregular no país, violação de leis migratórias, envolvimento em crimes ou por representarem risco à segurança pública. O processo, geralmente, começa com a prisão do imigrante e é conduzido pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE).