Uma clínica clandestina para dependentes químicos, conhecida como Casa Azul, localizada no bairro Bonfim, região Noroeste de Belo Horizonte, foi interditada nesta quarta-feira (29) por uma força-tarefa formada por órgãos de fiscalização, assistência social e saúde municipal. A ação foi motivada por denúncias de maus-tratos, condições insalubres e mortes ocorridas na unidade, incluindo a de um idoso de 60 anos, na noite da terça-feira (28).
Segundo os órgãos envolvidos, a clínica funcionava como uma comunidade terapêutica, mas havia se transformado em um depósito de pessoas, abrigando idosos, pessoas com sofrimento mental e moradores em situação de rua em ambientes precários, sem estrutura adequada.
Durante a inspeção, foram constatadas diversas irregularidades, como alimentação inadequada, administração incorreta de medicamentos, falta de higiene, ausência de funcionários capacitados e uso de internos para limpeza e preparo de alimentos.
O responsável pela unidade, identificado como um pastor, cobrava pela estadia dos internos e, em alguns casos, recebia o Benefício de Prestação Continuada (BPC) de moradores acolhidos. Apesar de já ter sido autuada anteriormente pela Vigilância Sanitária, a clínica continuava operando irregularmente.
“Estamos interditando essa unidade que infelizmente não funciona como comunidade. Aqui virou quase um depósito de gente: pessoas com sofrimento mental, idosos, população de rua, todos vivendo em condições insalubres. A alimentação era precária e os medicamentos administrados de forma incorreta. Ontem tivemos um óbito e já houve três falecimentos anteriormente”, afirmou o promotor de justiça André Sperling.
Os internos foram encaminhados para tratamento de saúde mental, abrigos da prefeitura e outras unidades de acolhimento. A operação também contou com equipes da assistência social e da saúde municipal.
A morte recente do idoso, identificada como Luiz Carlos da Silva Chagas, ocorreu por volta das 15h36 da terça-feira (28). Segundo o boletim de ocorrência, ele caiu da cama e sofreu uma parada cardiorrespiratória. O Samu foi acionado, constatou o óbito e a Polícia Civil realizou perícia no local. Posteriormente, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
O caso segue em investigação para apurar possíveis práticas criminosas na clínica, incluindo negligência e maus-tratos aos internos.
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