O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, que confessou ter assassinado o gari Laudemir de Souza Fernandes em 11 de agosto deste ano, buscou apoio de um coronel da reserva da Polícia Militar logo após o crime. A troca de mensagens entre os dois foi incluída no inquérito policial.
Segundo as investigações, Renê entrou em contato por ligação de mais de dois minutos e, em seguida, conversou por mensagens de texto. Nos diálogos, o empresário chama o militar de “meu amigo” e recebe dele a recomendação de manter a calma. O coronel afirmou ter solicitado “cautela na abordagem dos fatos”, mas não há confirmação de que realmente tenha feito contato com outros policiais.
Confira parte da conversa:
- Ex-coronel: “Fique calmo. Pelo que entendi, estão averiguando. Muito inicial. Solicitei cautela na abordagem dos fatos. Me dê notícias.”
- Renê: “Nem imagino quem seja, dizendo que matei um gari. O problema é que não sei nem onde é o lugar.”
- Ex-coronel: “Sua esposa está com você?”
- Renê: “Eles querem me conduzir para a delegacia.”
- Ex-coronel: “É o procedimento, pois a Polícia Civil que irá apurar.”
- Renê: “Estou surpreso. Desculpe ter incomodado, meu presidente.”
- Ex-coronel: “Não incomoda em nada, tudo vai ser esclarecido. Sua esposa está com você?”
- Renê: “Está sim.”
O crime ocorreu após Renê se irritar com um caminhão de coleta de lixo durante uma discussão no trânsito. Armado, ele atirou contra Laudemir, que morreu no local. O empresário foi preso ainda no mesmo dia, dentro de uma academia de luxo.
Tentativa de ocultar arma
Após a prisão, Renê enviou uma mensagem à esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, pedindo que entregasse às autoridades apenas uma pistola 9 mm, e não a arma do crime, uma pistola calibre 380.
“Entrega a nove milímetros. Não pega a outra. A nove milímetros não tem nada”, escreveu.
Em outro momento, antes de confessar, Renê ainda tentou negar a autoria do assassinato.
“Estava no lugar errado na hora errada. Amor, eu não fiz nada”, disse em mensagem enviada à esposa. Dias depois, admitiu o crime.
Indiciamentos
Renê Júnior foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Caso seja condenado, pode pegar até 35 anos de prisão.
Já a delegada Ana Paula foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo, uma vez que permitiu que o marido utilizasse sua pistola. A pena varia de dois a quatro anos de reclusão e pode ser aumentada em até 50% por ela ser servidora pública.
Ostentação de armas
As investigações também revelaram vídeos em que o empresário aparece exibindo armas de fogo e até o distintivo da esposa. Em uma das gravações, ele é visto disparando uma espingarda para o alto durante uma festa de réveillon.
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