A médica Maggy Lopes da Costa morreu nesta sexta-feira (19) após sofrer uma parada cardiorrespiratória enquanto trabalhava no Centro de Saúde Ventosa, no bairro Jardim América, região Oeste de Belo Horizonte. Ela estava internada em um hospital da capital desde o episódio, ocorrido no início da semana.
Maggy passou mal durante uma reunião organizada por um líder comunitário, que contou com a presença de representantes da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e vereadores. No encontro, ela chegou a relatar que vinha sendo vítima de violência psicológica.
Em nota, a Secretária Municipal de Saúde manifestou pesar pela morte da médica. “Externamos nossos votos de paz e solidaderidade aos familiares e amigos”, afirmou Danilo Borges Matias, Secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte.
VEJA TAMBÉM:
Segundo informações, a médica havia sido alvo de ameaças e ataques nas redes sociais três semanas antes, após se recusar a copiar o relatório de autismo feito por outro profissional para um paciente. Uma enfermeira e um psicólogo da mesma unidade também teriam sido intimidados.
Durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta semana, o Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) denunciou que Maggy vinha sendo agredida verbalmente e perseguida pelo líder comunitário que organizou a reunião. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
Em uma publicação nas redes sociais, o vereador Bruno Pedralva (PT) lamentou a morte da médica:
“Meus sentimentos aos familiares, amigos e colegas de trabalho. Seguiremos juntos na luta para que nenhum profissional de saúde seja violentado no seu local de trabalho. O SUS é lugar de cuidado, não de violência.”
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) também se manifestou, ressaltando o cenário de pressão e violência enfrentado pelos trabalhadores da saúde.
“Sua morte ocorre em um momento de extrema pressão sobre os servidores da saúde, que enfrentam jornadas exaustivas, violência dentro das unidades, sobrecarga emocional e intimidação nas redes sociais”, disse a entidade em nota.
O sindicato pediu providências urgentes à PBH e aos órgãos de segurança para evitar novos episódios.
“É necessário impedir que tragédias como a morte da Dra. Maggy, a agressão a uma usuária no Centro de Saúde Noraldino de Lima e a ameaça de morte a um servidor da saúde continuem acontecendo”, reforçou.
Diante da morte da médica, profissionais da rede municipal de saúde de Belo Horizonte organizaram uma paralisação nesta sexta-feira (19) em protesto contra os episódios de violência registrados nas unidades de atendimento.
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) revelam a gravidade da situação: 1.518 ocorrências de violência foram registradas em postos de saúde da capital entre janeiro e junho de 2025, uma média de oito casos por dia, ou 253 por mês.
GRUPO COM NOTÍCIAS DO POR DENTRO DE MINAS NO WHATSAPP
Gostaria de receber notícias como essa e o melhor do Por Dentro de Minas no conforto por WhatsApp. Entre em grupos de últimas notícias, informações do trânsito da BR-381, BR-040, BR-262, Anel Rodoviário e esportes.
Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Acompanhe o Por Dentro de Minas no YouTube
Assista aos melhores vídeos com as últimas notícias de Belo Horizonte e Minas Gerais. Informações em tempo real.