Mais de 4 mil peixes são encontrados mortos no Rio Paraopeba

Mais de quatro mil peixes foram encontrados mortos nas águas do Rio Paraopeba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desde o último sábado (6). Moradores e pescadores foram os primeiros a alertar sobre a mortandade, que nesta quarta-feira (10) já mostrava centenas de peixes acumulados às margens do rio, especialmente no município de Esmeraldas.

Segundo o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (CBH Paraopeba), Heleno Maia, há suspeita de que um produto químico tenha sido lançado na água na noite de sexta-feira (5), próximo à confluência com o Rio Betim.

Equipes do CBH Paraopeba coletaram amostras de água para analisar a extensão do impacto ambiental. Os resultados devem ser divulgados em cerca de dez dias.

“Ainda não sabemos exatamente qual substância causou a mortandade, mas a origem do despejo parece estar concentrada na foz do Rio Betim, o que deve facilitar a identificação dos responsáveis”, afirmou Maia.

O monitoramento do rio é contínuo. Técnicos do comitê e da Defesa Civil percorrem a extensão afetada, que vai da confluência com o Rio Betim até a Represa de Três Marias, em Felixlândia, um dos maiores reservatórios de Minas Gerais.

De acordo com o CBH, o incidente não tem relação com trechos mais a montante do rio, nem com grandes indústrias da região, e também não está ligado aos resíduos do rompimento da barragem de Brumadinho.

“Trata-se de uma contaminação química, não de um evento natural. É preciso agir com cautela para apurar a responsabilidade e mitigar os danos ambientais”, destacou Maia.