Justiça determina sigilo parcial em processo sobre morte do gari Laudermir Fernandes

A Justiça de Minas Gerais determinou sigilo em parte dos documentos do processo que investiga a morte do gari Laudermir de Souza Fernandes, ocorrida em Belo Horizonte no dia 11 de agosto. A decisão, tomada pela juíza Ana Carolina Rauen, do Tribunal do Júri, atende a uma sugestão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e visa proteger parte das provas que ainda estão sendo coletadas.

Segundo a decisão, o sigilo se aplica à representação policial e à manifestação do MPMG relacionadas ao compartilhamento de dados obtidos no celular de Renê da Silva Nogueira Junior, acusado de efetuar os disparos que mataram o gari.

“Considerando as peculiaridades do caso, determino que as diligências e procedimentos que contenham provas produzidas tramitem sob sigilo, conforme sugeriu o Ministério Público”, afirmou a juíza.

Relembre o caso

Laudermir Fernandes foi morto na manhã de 11 de agosto, na rua Modestina de Souza, bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. De acordo com testemunhas, o crime começou após um impasse envolvendo um caminhão de lixo: Renê Junior se irritou com o veículo parado e exigiu que fosse liberado o espaço para passagem de seu carro.

Durante a confusão, Renê teria ameaçado a motorista do caminhão e, em seguida, disparado contra os garis que tentaram intervir, atingindo Laudermir, que não estava envolvido na discussão.

Renê Junior é casado com a delegada Ana Paula Balbino, da Polícia Civil de Minas Gerais. A arma usada no homicídio estava registrada em nome da policial e de uso pessoal dela. O acusado afirmou que pegou a pistola sem o conhecimento da companheira, mas as investigações indicam que era comum a delegada deixar a arma com ele.

Renê foi indiciado por homicídio qualificado, ameaça e porte ilegal de arma, enquanto a delegada Ana Paula Balbino também é alvo de investigação da Corregedoria-Geral da Polícia Civil, por ter deixado a arma com o companheiro.