A investigação sobre o assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, ocorrido em 11 de agosto em Belo Horizonte, apontou indícios de que a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira tinha conhecimento do envolvimento do marido, Renê da Silva Nogueira Júnior, no crime. O caso é apurado pela Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
De acordo com documentos sob sigilo, obtidos no curso do inquérito, a delegada comentou com o irmão, no próprio dia do crime, que suspeitava da participação de Renê. O familiar confirmou a informação em depoimento à 4ª Subcorregedoria da corporação.
As apurações revelaram ainda que, entre 10h30 e 13h20 do dia do homicídio, Ana Paula realizou 29 consultas na plataforma de Registro de Eventos de Defesa Social (REDS), buscando informações relacionadas a seu nome, à placa do carro do marido, ao próprio Renê e à vítima. Além disso, ela fez 23 ligações para o empresário entre 9h18 e 16h33, pouco antes de sua prisão em flagrante pela Polícia Militar em uma academia de alto padrão da capital.
Durante as investigações, a Corregedoria também identificou mensagens trocadas entre o casal sobre o uso de armas da delegada. Em uma delas, datada de março, Renê avisa que iria buscá-la no trabalho, e a servidora pede para que ele “esconda a arma” antes de encontrá-la. Para a PCMG, esse diálogo confirma que o empresário tinha acesso irrestrito ao armamento da esposa, incluindo a pistola de uso funcional.
A delegada foi indiciada por prevaricação, por supostamente não ter acionado as autoridades mesmo sabendo do envolvimento do marido, e por posse ilegal de arma, ao permitir o acesso de Renê ao armamento. Já o empresário, que confessou o crime, responde por homicídio triplamente qualificado, ameaça e fraude processual.
Segundo a PCMG, o caso reúne contradições tanto nas declarações do principal suspeito quanto nas da servidora. Mensagens trocadas entre os dois no dia do crime foram apagadas, e parte da comunicação passou a ser feita por chamadas em aplicativos, o que dificultou a apuração. Ainda assim, análises de celular, pesquisas em sistemas internos e depoimentos levaram ao indiciamento de Ana Paula.
O procedimento corre em sigilo e continua sob responsabilidade da Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais.
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