A assinatura do contrato de concessão das rodovias BR-040 e BR-495, entre Juiz de Fora (MG) e o Rio de Janeiro, está prevista para quinta-feira (2). O trecho de 218,9 quilômetros será administrado pela concessionária Elovias, criada pelo Consórcio Nova Estrada Real, formado pela brasileira Construcap e pelas espanholas Ohla e Copasa Group.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a data ainda pode sofrer ajustes, mas a autorização já foi publicada. O consórcio venceu o leilão realizado em abril, oferecendo 14% de desconto sobre a tarifa básica de pedágio. O contrato terá 30 anos de duração e prevê R$ 8,8 bilhões em investimentos, sendo R$ 5 bilhões em obras de ampliação e R$ 3,8 bilhões em serviços operacionais. A maior parte dos recursos será aplicada nos seis primeiros anos.
Serra de Petrópolis
O maior desafio do projeto é a nova subida da Serra de Petrópolis (RJ), considerada um dos gargalos mais críticos da rodovia. O contrato prevê a duplicação da pista de descida, incluindo um túnel principal de 4,6 km e outras duas passagens subterrâneas. As intervenções devem ser entregues até 2029, com a atual pista de subida permanecendo em operação durante as obras.
- Além da duplicação de 13,1 km, estão previstas:
- 86,6 km de faixas adicionais;
- três túneis e 13 viadutos;
- 14,6 km de vias marginais;
- pontos de parada e descanso para caminhoneiros;
- área de escape;
- 32 pontos de ônibus e 12 passarelas;
- 11,7 km de ciclovias;
- sete passagens de fauna.
“Leilão histórico”
Na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), onde o leilão foi realizado, o ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou a relevância do projeto:
“Com esse leilão, atingimos R$ 131 bilhões em investimentos em rodovias brasileiras. Esse trecho da BR-040 é especial, aberto ainda no Império, e agora volta a atrair capital internacional. Isso mostra que o Brasil tem segurança jurídica e previsibilidade”, afirmou.
O diretor da Construcap, Francisco Campos Júnior, disse que a empresa assume a concessão com “responsabilidade de promover modernidade, segurança operacional e eficiência logística”. Já o diretor da ANTT, Guilherme Theo Sampaio, classificou o certame como “histórico”, pela expectativa em torno da duplicação da Serra de Petrópolis.
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Impacto econômico
As obras devem gerar 72,7 mil empregos entre diretos, indiretos e efeito-renda. O trecho é considerado estratégico por interligar Minas e Rio, estados que juntos respondem por cerca de 20% do PIB nacional. Além da relevância para a indústria e a agricultura, a região também tem peso no turismo. Em 2024, o setor movimentou mais de R$ 12 bilhões apenas no Rio de Janeiro.
Terceira relicitação da BR-040
Essa concessão marca a terceira relicitação da BR-040. O primeiro trecho, entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, passou para a EPR em abril de 2024. Em setembro do mesmo ano, a Vinci Highways assumiu a parte que liga a capital mineira a Cristalina (GO). Resta ainda relicitar o segmento entre Cristalina e o Distrito Federal, incluído no lote da Rota do Pequi, junto com as BRs 060 e 153.
O trecho entre Juiz de Fora e o Rio era operado desde 1996 pela Concer, do grupo Triunfo, que alegou desequilíbrio econômico-financeiro e tentou renovar a concessão, sem sucesso. A empresa permaneceu na gestão até 2021 por meio de liminares. Já a BR-495 segue sob administração do Dnit até a efetiva transição.
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