Vídeo mostra momento em que gari Laudemir é baleado e morre em BH

Imagens de câmeras de segurança flagraram a confusão no trânsito que culminou na morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, na última segunda-feira (11), no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte.

O vídeo mostra o momento em que um carro BYD cinza entra na rua onde estava o caminhão de coleta de lixo em que a vítima trabalhava. Em seguida, já baleado, Laudemir corre e cai ao chão. Ele foi socorrido por colegas, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Santa Rita, em Contagem, na Região Metropolitana.

As imagens fazem parte do inquérito que apura a autoria do crime. O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, foi preso no mesmo dia como principal suspeito de atirar contra o trabalhador. Ele nega o crime e afirma que, no dia do homicídio, seguiu sua rotina habitual até Betim, onde trabalha, e depois retornou para casa, passeou com os cães e foi à academia.

Câmera flagra momento que gari Laudemir é baleado em Belo Horizonte pic.twitter.com/75b6Hx89f9

— Por Dentro de Minas (@pordentrodemg) August 13, 2025

A Polícia Civil investiga se Renê teria usado uma arma pertencente à esposa, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, para cometer o crime. Também apura se houve falha na guarda do armamento. Até o momento, não há indícios de envolvimento direto da delegada, que segue no exercício de suas funções. As autoridades analisam as imagens para comparar com o trajeto e horários informados pelo suspeito. Renê ainda não passou por exames periciais.

Renê é executivo do setor de alimentos e bebidas, com passagens por empresas como Coca-Cola, Vigor, Red Bull e Ambev. Ele havia assumido há menos de duas semanas a diretoria de negócios da Fictor Alimentos, que repudiou a conduta atribuída a ele e manifestou solidariedade à família da vítima.

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Velório e homenagens

O velório de Laudemir foi realizado na manhã de terça-feira (12), na Igreja Quadrangular, em Nova Contagem. Familiares e amigos o descreveram como trabalhador, honesto e protetor. A esposa, Liliane França, disse emocionada:

“O Lau não voltou. Me devolveram ele no caixão. Não pode ficar assim, tem que haver justiça.”

A enteada, Jessica França, afirmou que a família está em choque:

“Saiu para trabalhar e não voltou. Todo domingo de manhã ele fazia café da manhã para a gente.”

Durante a despedida, a mãe de Laudemir passou mal e precisou ser levada ao hospital com pressão baixa. Colegas garis e o patrão também participaram da cerimônia, pedindo que o caso não fique impune.

“Estamos clamando por justiça. Nossa categoria é muito forte. Não mexa com os garis”, disse Ivanildo Gualberto Lopes, sócio-proprietário da empresa Localix.