“Perdi a minha mãe, o meu norte, a minha casa”, desabafa filho de vítima de feminicídio em BH

O jovem Lucas Mundim, de 22 anos, usou as redes sociais para falar sobre a dor da perda da mãe, Priscilla Azevedo Mundim, de 46 anos, assassinada no último sábado (16) no bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte. O principal suspeito do crime é o namorado da vítima, o policial penal Rodrigo Caldas, de 45 anos.

“Perdi tudo por causa de um desgraçado, um verme maldito que tirou a vida da minha mãe sem qualquer pingo de misericórdia”, disse o rapaz em um vídeo publicado no Instagram.

Segundo familiares, Priscilla tentava se separar do companheiro, mas ele não aceitava o fim do relacionamento e apresentava comportamento possessivo.

Apelo por justiça

Na postagem, Lucas pediu justiça e destacou a criação de um perfil no Instagram para reunir informações e mobilizar apoio ao caso.

“Um cara desses não pode ser solto, não pode ficar impune. A justiça tem que ser feita e vai ser feita”, afirmou.

O jovem também lembrou a paixão da mãe pelo Atlético-MG e citou o último momento em que estiveram juntos, quando viram o time vencer o Flamengo nos pênaltis e avançar às quartas de final da Copa do Brasil.

“Mamãe está com Deus agora, mas é muita dor para aqueles que ficam”, completou.

 

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Como ocorreu o crime

Priscilla foi vista com vida pela última vez na noite de sexta-feira (15), quando deixou a casa da irmã acompanhada de Rodrigo. No dia seguinte, familiares estranharam a falta de contato e decidiram procurá-la. Durante uma ligação, o próprio suspeito teria confessado que “fez merda” e pediu que a Polícia Militar fosse acionada.

Ao entrarem no apartamento do policial, no bairro Padre Eustáquio, os familiares e os militares encontraram a vítima morta sobre a cama, com marcas de estrangulamento e facadas. Rodrigo estava ao lado dela, com a blusa ensanguentada, segurando uma faca e dizendo que tentaria se matar.

Ele foi socorrido com um ferimento no abdômen e levado para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, na região Centro-Sul da capital, onde permanece internado sob escolta policial. O policial penal estava afastado do cargo desde janeiro de 2024 por problemas psiquiátricos.

Último adeus

O velório e o sepultamento de Priscilla ocorreram no domingo (17), no Cemitério Parque da Colina, bairro Nova Cintra, Região Oeste de BH. A auxiliar administrativa deixou dois filhos: Lucas, de 22 anos, e uma menina de 11.