Morreu nesta terça-feira (19), aos 97 anos, Haruji Miura, conhecido como o “japonês naturalizado mineiro” e responsável por transformar a paisagem do condomínio Morro do Chapéu Golfe Clube, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com o cultivo das cerejeiras, as tradicionais sakuras.
A morte foi anunciada pela página Miura Cerejeiras, no Instagram. Na publicação, familiares e amigos destacaram o legado deixado pelo japonês:
“Com muita tristeza, mas com a absoluta certeza de que cumpriu sua missão, comunicamos o falecimento do Sr. Miura aos 97 anos.
As cerejeiras que sempre cultivou com tanto carinho e cuidado nos ensinam mais uma vez: a vida é bela, breve e efêmera! Que possamos sempre viver intensamente!
Miura San, agradecemos por tudo e por nos ensinar a cultivar um dos mais belos sentimentos: a GRATIDÃO! Te amamos!”
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O enterro está marcado para esta quarta-feira (20), às 13h, no Cemitério Parque da Colina, no bairro Nova Cintra, Região Oeste de Belo Horizonte.
Nas redes sociais, admiradores lamentaram a partida e ressaltaram a importância de Miura.
“Ele sempre estará vivo em cada cerejeira que florir por esse país”, escreveu uma internauta. Outro comentário dizia:
“Obrigada, Sr. Miura, por sua gentileza, bondade e por toda a beleza que espalhou pelo Brasil com sua alma e suas lindas cerejeiras.”
Quem foi Haruji Miura
Filho de imigrantes japoneses, Haruji nasceu em 1927, em Lins, no interior de São Paulo. Seus pais chegaram ao Brasil por volta de 1913, fugindo dos impactos da Primeira Guerra Mundial, e se dedicaram à agricultura na Mogiana Paulista.
Na infância, ele e os irmãos estudaram em uma escola nipo-brasileira, onde aprenderam tanto português quanto japonês. Mais tarde, mudou-se para Minas Gerais, onde construiu sua família e fez carreira na Usiminas, onde trabalhou por 28 anos e chegou a chefiar uma seção.
As cerejeiras em Minas Gerais
Além de introduzir as cerejeiras em Minas, Miura também idealizou a Festa das Cerejeiras, realizada no Morro do Chapéu, em Nova Lima. O evento reunia milhares de pessoas e oferecia comidas típicas, artesanatos, apresentações culturais japonesas e até mesmo uma cerveja batizada em sua homenagem, a “Miura – Cerejeira”.
Ao longo da vida, ele plantou milhares de mudas da espécie originária de Okinawa, no Japão, que se adaptaram ao clima brasileiro. Miura também enviou mudas para diversos estados do país, ajudando a difundir a tradição japonesa das sakuras.
Últimos projetos
Em julho de 2024, Miura lançou um de seus últimos trabalhos: aromatizadores de ambiente com fragrância inspirada na cerejeira de Okinawa. Apesar de as flores não terem aroma próprio, ele idealizou uma essência que traduzisse a sensação de uma árvore em plena floração, resultado de mais de 40 anos de dedicação às sakuras.
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