Justiça decreta prisão preventiva de policial penal suspeito de feminicídio em BH

A Justiça de Minas Gerais decretou, na noite desta segunda-feira (18), a prisão preventiva do policial penal Rodrigo Caldas Fonseca, de 45 anos, suspeito de assassinar a namorada, Priscila Azevedo Mundim, de 46 anos, em um apartamento no bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte. O crime ocorreu no último sábado (16).

A decisão foi proferida pela juíza Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto, que destacou a brutalidade das agressões sofridas pela vítima, morta por estrangulamento e golpes contundentes no tórax, rosto, braços e pernas. Segundo a magistrada, o caso apresenta fortes indícios de feminicídio, caracterizado pela violência motivada pelo gênero.

Prisão em flagrante convertida em preventiva

O policial penal havia sido preso em flagrante no local do crime. Para a juíza, a gravidade dos fatos e a possibilidade de pena de até 40 anos de reclusão justificam a conversão para prisão preventiva, com o objetivo de resguardar a ordem pública.

“Presentes os indícios da autoria e comprovação da materialidade, resguardando-se, portanto, a ordem pública e considerando-se que a pena máxima privativa de liberdade cominada em abstrato para o crime de feminicídio é de quarenta anos de reclusão, diante dos expressos permissivos legais contemplados no artigo 313, I, do CPP, imperiosa a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do agressor, por envolver o fato a prática de atos extremos de violência em decorrência do sexo feminino da vítima, fatal”, afirmou a juíza.

Além disso, a magistrada determinou que o suspeito seja submetido a exame de corpo de delito assim que receber alta hospitalar. Ele está internado no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, após tentar tirar a própria vida com um corte no abdômen.

O crime

Priscila Mundim foi encontrada morta no quarto do apartamento na Rua Vereador Geraldo Pereira, no bairro Padre Eustáquio. O imóvel estava repleto de sangue.

Segundo a Polícia Militar, ao perceber a chegada dos agentes, o policial penal tentou se ferir com uma faca e chegou a avançar contra os militares, sendo contido e baleado.

Ele foi socorrido pelo Samu e encaminhado ao hospital, onde permanece internado. O corpo de Priscilla Azevedo Mundim foi enterrado neste domingo (17) no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte.