Jovem relata piora na ‘pior dor do mundo’ após tratamento e pede tempo para saúde mental

A estudante Carolina Arruda Leite, moradora de Bambuí, voltou a relatar nesta quarta-feira (27) que seu quadro de neuralgia do trigêmeo, condição conhecida como “a pior dor do mundo”, não apresentou melhora após o tratamento experimental realizado no início do mês. Segundo ela, as dores não apenas persistem como também pioraram em um dos lados do rosto.

Carolina passou por cirurgias e uma sedação profunda com o objetivo de “reiniciar” o cérebro e restabelecer a resposta do corpo a alguns medicamentos. No entanto, dias após receber alta hospitalar, ela afirmou que sente a mesma dor constante ao longo do dia, além de cerca de 30 crises diárias.

“Meu rosto ficou mais sensível internamente e isso acaba gerando novos gatilhos. Na realidade, deu uma pequena piorada”, disse a jovem em suas redes sociais.

Além da dor crônica, Carolina desenvolveu um trombo no pulmão após o período de internação, consequência da trombofilia, condição que facilita a formação de coágulos sanguíneos.

Histórico da doença

A neuralgia do trigêmeo é uma doença rara, incurável e altamente debilitante. Ela afeta o nervo trigêmeo, responsável pela sensibilidade da face, provocando dores intensas que podem ser incapacitantes. O caso de Carolina é do tipo bilateral, atingindo os dois lados do rosto.

Os primeiros sintomas surgiram quando ela tinha apenas 16 anos. Desde então, Carolina já passou por seis cirurgias no rosto, todas para tentar controlar os efeitos da doença e melhorar a qualidade de vida. Contudo, a progressão da neuralgia fez com que as crises se tornassem mais fortes e frequentes.

Em fevereiro deste ano, a estudante também foi diagnosticada com espondiloartrite axial (espondilite anquilosante), uma doença autoimune que afeta o esqueleto axial — formado pela cabeça, caixa torácica e coluna vertebral. Acredita-se que essa condição pode ter contribuído para o agravamento do quadro da neuralgia.

Pausa nas redes sociais

Diante da piora e da sobrecarga emocional, Carolina afirmou que pretende aparecer com menos frequência nas redes sociais nos próximos dias, a fim de priorizar sua saúde mental. O médico responsável pelo caso informou que não há previsão de novas cirurgias e que o tratamento seguirá apenas com medidas paliativas para controle da dor.