Grande BH registra mais de 250 focos de incêndio em dois dias

O cenário da Grande Belo Horizonte foi marcado por diversos incêndios em lotes vagos e áreas de preservação nos últimos dias. Somente entre domingo (24) e segunda-feira (25), o Corpo de Bombeiros atendeu 256 ocorrências relacionadas a queimadas. O tempo seco e as altas temperaturas, típicos desta época do ano, têm favorecido a rápida propagação das chamas.

Em Contagem, moradores do bairro Jardim Laguna foram surpreendidos, nesta segunda-feira, por um incêndio em um terreno baldio. O fogo avançou rapidamente e chegou a ameaçar um galpão de uma empresa e uma escola, cobrindo a região com fumaça.

Na capital, o bairro Taquaril também registrou ocorrências. As chamas atingiram a Avenida Santa Tereza e chegaram a se aproximar de residências, exigindo a intervenção imediata dos bombeiros.

De acordo com o balanço divulgado pela corporação, os atendimentos nos dois dias se dividiram da seguinte forma:

• Incêndios em lotes vagos: 77
• Incêndios às margens de rodovias: 27
• Incêndios em áreas urbanas e rurais não protegidas: 146
• Incêndios em unidades de conservação e entorno: 6

Parque Estadual Serra Verde em alerta

O Parque Estadual Serra Verde, em Venda Nova, voltou a ser atingido pelas chamas. Foi o terceiro incêndio em menos de 15 dias, registrado neste domingo (24). Parte da vegetação, que forma uma área de transição entre Mata Atlântica e Cerrado, foi destruída.

As chamas chegaram a se aproximar do estacionamento da Cidade Administrativa. Para conter o fogo, 47 agentes, entre bombeiros e brigadistas, participaram da operação, que também contou com o apoio de uma aeronave.

No último dia 17, outro incêndio no parque quase alcançou a rede elétrica. Já em 9 de agosto, um foco consumiu cerca de 25 hectares de vegetação. Segundo os bombeiros, esse último caso pode ter sido provocado de forma criminosa.

Ação humana é responsável pela maioria dos casos

De acordo com o porta-voz do Corpo de Bombeiros, mais de 90% dos incêndios em vegetação são provocados por ação humana.

“As principais causas vão desde a imprudência, como a queima de lixo ou limpeza de terrenos com fogo, até a prática criminosa de incendiários”, afirmou o tenente Henrique Barcelos.

A corporação reforça que a combinação de estiagem, baixa umidade do ar, ventos e calor intenso torna esse tipo de ocorrência ainda mais perigoso nesta época do ano.