Filha de gari morto em BH pede indenização e pensão vitalícia de delegada e marido

A filha do gari Laudemir de Souza Fernandes, assassinado no dia 11 de agosto em Belo Horizonte, entrou com uma ação na 3ª Vara Cível da Comarca de Contagem, cidade onde reside, pedindo indenização por danos materiais e morais contra o marido da delegada Ana Paula Lamego Balbino, Renê da Silva Nogueira Júnior, e a própria delegada. Renê confessou o crime, cometido após uma discussão de trânsito, e a arma utilizada estava registrada em nome da esposa.

A adolescente, de 15 anos, é representada pelo advogado Felipe Saliba, que afirmou que a família também buscará a pensão vitalícia da filha. A defesa prepara um novo pedido para bloqueio dos bens do casal, estimados em mais de R$ 3 milhões. Um pedido anterior feito durante o inquérito policial foi negado pela Justiça por entender que a medida seria prematura, já que a investigação ainda estava em andamento.

Segundo a ação, Renê teria matado Laudemir com um disparo de arma de fogo no abdômen, configurando “uma atitude covarde”. A indenização por danos morais deve considerar o patrimônio do casal, e o advogado solicita que o valor não seja inferior a R$ 500 mil, levando em conta a gravidade do crime, o sofrimento da vítima e a capacidade financeira dos réus.

A defesa também pede a fixação de pensão alimentícia correspondente a cinco salários mínimos, atualmente cerca de R$ 7.590, ou 10% da renda líquida do réu, garantindo à filha um padrão de vida compatível com aquele que teria se o pai estivesse vivo.

Além disso, a ação solicita o custeio de tratamento psicológico para a adolescente, com sessões estimadas em R$ 250 cada, totalizando aproximadamente R$ 13 mil anuais, por pelo menos dois anos, podendo ser prorrogado conforme avaliação profissional, até a recuperação emocional da vítima.