Caso Laudemir: Justiça autoriza quebra de sigilo telefônico de suspeito de matar gari

A Justiça de Minas Gerais autorizou a quebra de sigilo telefônico e telemático do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes com um tiro enquanto a vítima trabalhava na coleta de lixo em uma rua de Belo Horizonte.

A decisão, publicada na noite desta quinta-feira (14), atende a pedido da Polícia Civil e tem como objetivo obter registros de chamadas, conversas em aplicativos, localização e arquivos armazenados na nuvem que possam ajudar nas investigações.

Segundo a juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, a medida abrange informações do sistema de rastreamento do carro BYD utilizado pelo suspeito, no dia 11 de agosto de 2025, entre 7h e 16h, incluindo rotas percorridas, velocidade, comandos de voz e registros de ligações. Também foi autorizado o acesso ao conteúdo de aplicativos como WhatsApp, e-mail e demais mensagens armazenadas no celular apreendido.

As empresas intimadas, entre elas a BYD do Brasil e a operadora Claro, têm até 15 dias para repassar os dados diretamente à polícia.

A Justiça também autorizou a perícia em armas registradas no nome da delegada Ana Paula Lamego Balbino, esposa do empresário. Renê nega o crime e afirma que as armas encontradas em sua residência pertencem à mulher. Ele não possui autorização para posse ou porte de armas.

Fontes ligadas às investigações afirmam que a polícia solicitou a medida após o suspeito se recusar a fornecer a senha do celular. O inquérito segue em andamento.

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O crime

Na manhã de segunda-feira (11), por volta das 9h, uma confusão no trânsito no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte, terminou em tragédia. Um caminhão de coleta de lixo estava parado quando um carro BYD cinza se aproximou no sentido contrário. De acordo com testemunhas, o motorista — apontado como Renê — teria ameaçado a condutora do caminhão, dizendo que “iria atirar na cara” dela.

Em seguida, ele teria efetuado um disparo contra o gari Laudemir de Souza Fernandes, atingindo-o na região torácica, próximo às costelas. A vítima foi socorrida ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu. Após o tiro, o suspeito fugiu e foi localizado pela polícia na tarde do mesmo dia, malhando em uma academia de alto padrão no bairro Estoril. Ele foi preso sem oferecer resistência.

Testemunhas relataram que, antes de ser atingido, Laudemir disse: “Acertou em mim”. O suspeito teria deixado o local com semblante de raiva e aparente tranquilidade. O empresário foi encontrado pela polícia em uma academia, no bairro Estoril, onde foi preso em flagrante. No momento da prisão, ele negou o crime.