Belo Horizonte será a primeira cidade do Brasil a receber um projeto-piloto desenvolvido pela Debug, iniciativa ligada ao Google, para o combate a doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A ação é realizada em parceria com o World Mosquito Program (WMP) Brasil, a Wolbito do Brasil e a Fiocruz, com apoio do Ministério da Saúde.
A proposta é automatizar a soltura e o monitoramento de mosquitos com a bactéria Wolbachia, capaz de reduzir a transmissão de vírus como dengue, Zika e chikungunya. Diferentemente dos métodos tradicionais, a Debug desenvolveu vans equipadas com tecnologia de GPS e sistemas de liberação automatizada, permitindo cobrir áreas maiores em menos tempo.
Segundo a empresa, Belo Horizonte foi escolhida por ser referência em saúde pública e inovação.
“Estamos testando um modelo que pode ser replicado em várias partes do mundo. É a união da tecnologia de ponta com o conhecimento local”, destacou Linus Upson, presidente da Debug.
Método Wolbachia já reduziu casos em até 69%
O Método Wolbachia é aplicado no Brasil há mais de dez anos pela Fiocruz. Ele consiste na liberação de mosquitos que carregam a bactéria, incapaz de transmitir doenças aos humanos. Ao se reproduzirem, os insetos passam a Wolbachia às próximas gerações, tornando o processo natural, seguro e autossustentável, sem necessidade de modificações genéticas.
Em Niterói (RJ), primeira cidade totalmente coberta pelo método, os casos de dengue caíram em até 69%, segundo estudos publicados. Hoje, a estratégia é adotada em diferentes municípios, incluindo Presidente Prudente (SP), Uberlândia (MG), Natal (RN) e cidades de Santa Catarina, Goiás e no Distrito Federal.
O presidente da Wolbito do Brasil, Luciano Moreira, afirma que a parceria com a Debug vai acelerar a expansão do programa:
“É um momento de avaliação para um crescimento significativo do método. Queremos ajudar mais rapidamente no combate à dengue, Zika e chikungunya.”
Tecnologia testada em outros países
A Debug já utiliza suas tecnologias em países como Estados Unidos, Austrália, Ilhas Virgens Britânicas e Singapura, onde aplica métodos avançados de separação de mosquitos machos e fêmeas com auxílio de inteligência artificial. Nessas localidades, apenas os machos com Wolbachia são liberados, o que reduz gradualmente as populações sem a bactéria.
Com a criação da Wolbito do Brasil, maior biofábrica de Aedes aegypti com Wolbachia do mundo, capaz de produzir até 100 milhões de ovos por semana, a expectativa é que a tecnologia da Debug acelere a proteção de milhões de brasileiros contra doenças transmitidas por mosquitos.
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