A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) demonstrou preocupação com o aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com início previsto para 1º de agosto. Segundo Flávio Roscoe, presidente da entidade, a medida pode causar graves prejuízos à indústria mineira, principalmente nos setores de siderurgia e metalurgia, que já enfrentam desafios decorrentes da concorrência internacional, especialmente da China.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (10), Roscoe defendeu que o governo brasileiro opte por uma solução baseada na diplomacia, e não pela retaliação comercial. “Uma eventual reciprocidade da taxação seria um novo golpe para o setor industrial de Minas. Além de prejudicar a indústria, poderia gerar impacto inflacionário na economia brasileira”, afirmou.
De acordo com a FIEMG, os Estados Unidos são o maior mercado para o setor de transformação de Minas Gerais. A aplicação da tarifa extra sobre produtos brasileiros — que já enfrentam concorrência desleal de países como China — pode comprometer exportações de alto valor agregado, especialmente de produtos siderúrgicos, dificultando a colocação em novos mercados.
“O setor siderúrgico já vive uma crise global, com excesso de oferta e queda na demanda. Agora, com esse tarifaço, a situação se agrava. E encontrar mercados alternativos com o mesmo potencial de importação que os EUA não é tarefa simples”, explicou Roscoe.
Café mineiro deve sentir menos os efeitos da tarifa
Apesar do impacto esperado na siderurgia, a FIEMG acredita que o setor cafeeiro terá mais facilidade para redirecionar suas exportações. O café mineiro, com forte presença internacional e demanda consolidada, deve conseguir novos compradores com mais agilidade, segundo avaliação da entidade.
Roscoe destacou que a reciprocidade tarifária pode gerar um efeito colateral mais grave para o Brasil. “Ao contrário do que muitos pensam, a tarifa americana não causa inflação por aqui. Talvez até resulte em um efeito deflacionário, com mais oferta no mercado interno. Já a retaliação sim, poderia gerar inflação e prejudicar ainda mais a indústria nacional”, alertou.
Diante do novo cenário de tensão geopolítica entre EUA e China, a FIEMG reforça que o Brasil deve adotar uma postura neutra, mantendo o diálogo com ambos os blocos. “Os Estados Unidos são um parceiro tradicional. A geografia e a complementaridade econômica entre os países justificam um relacionamento comercial estável e estratégico”, concluiu Roscoe.
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