A imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, pode causar prejuízos significativos à economia mineira. Estimativas da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) apontam que, no longo prazo, o impacto pode chegar a R$ 21,5 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) estadual e à eliminação de até 187 mil postos de trabalho.
O levantamento projeta também uma redução de R$ 3,16 bilhões na massa salarial em Minas Gerais, com efeitos acumulados ao longo de um período entre cinco e dez anos. Os dados foram calculados a partir de simulações baseadas na decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que justificou a tarifa com alegações de desequilíbrios comerciais e questões políticas envolvendo o Brasil.
O estudo considera não apenas a queda nas exportações, mas também os reflexos sobre a produção local, o consumo das famílias, os investimentos e a geração de empregos. Entre os setores mais afetados, estão indústrias estratégicas como a de ferro-gusa, ferroligas, produtos minerais não metálicos, transporte, construção civil e serviços privados como saúde e educação.
No cenário mais crítico, que contempla retaliações comerciais e fuga de investimentos, o impacto em Minas pode chegar a R$ 63,8 bilhões no PIB e mais de 443 mil empregos perdidos.
Minas Gerais ocupa atualmente a terceira posição entre os estados que mais exportam para os Estados Unidos, com US$ 4,62 bilhões em produtos embarcados em 2024, o equivalente a cerca de 2,3% do PIB estadual. A pauta exportadora mineira é composta principalmente por café (33,1%), ferro e aço (29,2%) e máquinas e equipamentos elétricos (4,6%). As regiões Sul, Central e o Vale do Aço concentram a maior parte das exportações, com destaque para cidades como Guaxupé, Varginha, Sete Lagoas e Belo Horizonte.
Impacto nacional
Em escala nacional, as perdas com a tarifa podem ultrapassar R$ 175 bilhões no longo prazo, com retração de 1,49% no PIB brasileiro e a eliminação de mais de 1,3 milhão de empregos.
Caso o Brasil adote uma resposta equivalente, com taxação de produtos norte-americanos, o prejuízo pode se aprofundar ainda mais: a estimativa da Fiemg aponta para uma retração de até R$ 259 bilhões no PIB, com cerca de 1,9 milhão de empregos comprometidos e uma perda de R$ 36 bilhões na massa salarial.
Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China. Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente US$ 40,4 bilhões para o mercado norte-americano, principalmente em combustíveis minerais, ferro e aço, máquinas, aeronaves e café.
Diante do cenário, a Fiemg defende uma solução negociada, evitando o acirramento da disputa comercial.
“Responder com a mesma moeda pode gerar efeitos inflacionários no Brasil. O caminho mais inteligente é a diplomacia”, afirmou o presidente da entidade, Flávio Roscoe.
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