Porsches e obras de arte são apreendidas na Grande BH em operação contra fraudes no Dnit

O engenheiro e empresário Luiz Otávio Fontes Junqueira, diretor-presidente da LCM Construção e Comércio S/A, foi um dos alvos da Operação Route 156, deflagrada nesta terça-feira (22) pela Polícia Federal. A investigação apura um suposto esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos federais em contratos de manutenção da BR-156, no Amapá, vinculados ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Junqueira, que mora em um condomínio de luxo às margens da BR-356, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, teve a casa vasculhada por agentes da PF. No local, foram apreendidos veículos de alto padrão, relógios de grife, joias e obras de arte avaliadas entre R$ 5 milhões e R$ 15 milhões, entre elas, quadros de artistas renomados como Cândido Portinari e Alberto da Veiga Guignard.

A suspeita é de que empresários e engenheiros ligados ao esquema simulavam concorrência em processos licitatórios com propostas falsas e cláusulas abusivas, desviando verbas públicas em benefício de empreiteiras. A PF afirma que Junqueira já teve o nome vinculado a dezenas de empresas envolvidas em grandes contratos públicos, algumas das quais disputaram licitações com empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, como Camargo Corrêa e Odebrecht.

O empresário já foi alvo de outras investigações do Ministério Público Federal em estados como Tocantins, Pará e Rondônia. Em 2019, foi investigado na Operação Mão Dupla, que apurava fraudes em contratos de pavimentação de rodovias em Porto Velho.

A operação desta terça também teve como alvo Breno Chaves Pinto, suplente do senador Davi Alcolumbre (União-AP), embora o parlamentar não seja investigado. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em quatro estados: Amapá (6), Minas Gerais (3), Mato Grosso do Sul (1) e Amazonas (1).

A Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 8 milhões em bens dos investigados, além do afastamento por 10 dias do superintendente do DNIT no Amapá e de uma servidora do órgão, ambos suspeitos de envolvimento direto no esquema.