A médica Gabriela Ferreira Corrêa da Costa, de 42 anos, apontada como a “gerente” do grupo criminoso conhecido como “Bando da Degola”, foi presa na segunda-feira (30), em Belo Horizonte. Ela estava foragida desde março de 2022 e foi localizada no bairro Camargos, região Oeste da capital mineira, após uma denúncia anônima. Gabriela foi condenada a 46 anos e 6 meses de prisão por uma série de crimes hediondos, incluindo três homicídios triplamente qualificados, ocultação de cadáver, sequestro, extorsão e associação criminosa.
O caso que resultou na condenação de Gabriela teve início em abril de 2010, no bairro Sion, em Belo Horizonte. Os empresários Rayder Rodrigues, de 39 anos, e Fabiano Moura, de 36, foram sequestrados e levados para um apartamento. No local, foram submetidos a intensas sessões de sequestro, tortura e extorsão. Após os criminosos sacarem dinheiro das contas das vítimas, Rayder e Fabiano foram brutalmente assassinados. Seus corpos foram encontrados carbonizados e com as cabeças e os dedos decepados em uma mata às margens da MG-30, em Nova Lima, na Grande BH.
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), as vítimas estariam envolvidas com estelionato e contrabando de mercadorias importadas
Bando da Degola
A médica é descrita como uma peça-chave no “Bando da Degola”. Embora tenha declarado aos militares que sua participação se restringia a realizar transações bancárias e que não esteve envolvida nas mortes, a Justiça a condenou por seu papel fundamental nos crimes.
O líder do grupo criminoso, Frederico Flores, também foi acusado por homicídio qualificado, sequestro, extorsão, formação de quadrilha e ocultação de cadáver. Flores também respondeu por atos de tortura contra outra vítima, que teria sido forçada a manter as mãos nos órgãos genitais de outros dois detentos durante sessões de violência. No apartamento de Flores, que servia como base da quadrilha, a polícia apreendeu armas, incluindo uma espingarda calibre 38, e computadores.
Em junho de 2010, o MPMG ampliou a denúncia, acusando oito suspeitos pelos mesmos crimes e solicitando a prisão preventiva de todos. Entre os denunciados, além de Flores e Gabriela, estavam o ex-policial Renato Mozer, Sidney Benjamin e Adrián Grigorcea.
A médica chegou a ser presa inicialmente e prestou depoimento ao Conselho Disciplinar da Polícia Militar. Contudo, foi solta após 42 dias de detenção, beneficiada por um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Outros dois suspeitos, o pastor Sidney Benjamin e o advogado Luis Astolfo, também foram soltos na época, o que provocou forte reação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Em março de 2015, Gabriela foi finalmente condenada a 46 anos e 6 meses de prisão por sua participação nos crimes. Após a condenação, ela chegou a responder ao processo em liberdade, mas foi presa novamente em 2015, no interior de São Paulo. O mandado de prisão que a levou de volta à cadeia agora foi emitido em 22 de março de 2022 e tem validade até setembro de 2041.
A recente prisão da médica ocorreu após uma denúncia anônima que levou o Batalhão de Choque da Polícia Militar ao seu paradeiro. Gabriela recebeu a equipe policial em seu apartamento, foi informada sobre o mandado de prisão em aberto e, em seguida, encaminhada para a delegacia. O boletim de ocorrência não detalha se houve resistência durante a prisão.
A reportagem do Por Dentro de Minas não conseguiu contato com a defesa da médica.
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