Garota indígena que morreu durante parto de emergência é sepultada na Grande BH

A menina indígena de 12 anos que morreu em decorrência de complicações de uma gravidez foi sepultada, na manhã desta terça-feira (15), no Cemitério Parque Jardim da Cachoeira, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A menina com 32 semanas de gestação deu entrada no Centro Materno-Infantil de Betim em estado gravíssimo na sexta-feira (11). No sábado, sofreu duas paradas cardíacas e foi submetida a uma cesariana de emergência para retirada do bebê, que segue internado.

De acordo com os médicos, a paciente apresentava falência renal e pressão arterial muito baixa, o que impossibilitou o início imediato de hemodiálise. A morte foi confirmada neste domingo (13).

O velório da adolescente, do povo Warao, originário da Venezuela, aconteceu na ocupação em que ela vivia com a família, no Bairro Citrolândia.

Investigação

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que instaurou inquérito para investigar as circunstâncias da morte e apurando se a menina foi vítima de estupro de vulnerável. As investigações estão em andamento pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher em Betim.

“A investigação visa esclarecer os fatos e, entre outras diligências, apurar o crime de estupro de vulnerável”, afirmou a PCMG. 

Por ter menos de 14 anos, o caso se enquadra no Artigo 217-A do Código Penal Brasileiro, que prevê punição para quem pratica ato sexual com menores dessa faixa etária, independentemente de consentimento.

A menina fazia parte de um grupo de aproximadamente 200 indígenas Warao, que migraram da Venezuela para o Brasil. A comunidade passou por diversos estados antes de se instalar em Betim, onde vive em condições precárias, com casas improvisadas de lona e madeira.