Tragédia na BR-116: Justiça começa a ouvir testemunhas sobre acidente que matou 39

Nesta quarta-feira (25), foi realizada a primeira audiência de instrução e julgamento sobre o acidente na BR-116, que deixou 39 mortos em 21 de dezembro de 2024, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, Minas Gerais.

O primeiro a depor foi o delegado César Cândido Neves Júnior, responsável pela investigação. A oitiva começou por volta das 10h, no Fórum Desembargador Eustáquio Peixoto, e durou cerca de três horas.

Segundo o delegado, excesso de velocidade foi a principal causa do acidente. Ele também apontou que o motorista do caminhão não cumpriu os períodos de descanso obrigatórios, de acordo com os registros do tacógrafo.

A promotora do caso afirmou que exames comprovaram que o condutor, Arilton Bastos Alves, estava sob efeito de álcool e substâncias ilícitas no momento do acidente. Ela também ressaltou que as investigações indicam os dois motoristas como principais responsáveis pela tragédia.

“De tudo que foi apurado nos autos, o ônibus da Emtram estava totalmente regular, com todas as inspeções realizadas e os intervalos entre jornadas sendo respeitados”, afirmou a promotora.

Às 14h, Gilberto Tameirão, morador que vive a cerca de 100 metros do local do acidente, foi a segunda testemunha ouvida. Ele afirmou que não houve explosão do pneu do ônibus, como chegou a ser cogitado, e que a pedra de granito atingiu o coletivo após se desprender do último semirreboque da carreta.

O terceiro depoimento foi do investigador da Polícia Civil, Ricardo Lemos Costa, que revelou que as molas da suspensão traseira da carreta estavam alteradas, o que, segundo ele, poderia ter comprometido a estabilidade do veículo em curvas.

Outras testemunhas e vítimas ainda serão ouvidas antes do interrogatório dos réus, que ocorrerá nas próximas fases do processo.