A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou que irá judicializar a greve dos servidores da educação municipal, que nesta sexta-feira (27) completa 22 dias de paralisação. O pedido será protocolado na Justiça ainda hoje.
“Entendemos que a greve é um direito dos trabalhadores, mas estamos preocupados com as crianças, com os pais, mães e avós desses alunos que estão sem aula. Por isso, decidimos judicializar a greve”, afirmou o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) em coletiva de imprensa realizada pela manhã. A partir de agora, caberá ao Poder Judiciário decidir os rumos do movimento grevista.
Damião declarou que a PBH realizou 34 reuniões com representantes do sindicato da categoria, mas que nenhum acordo foi aceito.
“Todas as outras categorias aceitaram as propostas sem problema. Não podemos atender tudo o que eles exigem, temos que agir com responsabilidade”, pontuou.
O prefeito também informou que os servidores em greve terão os dias parados descontados.
“Vamos passar a folha de ponto para todos os professores e eles perceberão que os dias não trabalhados estarão cortados. A Justiça não me permite pagar salário a quem não está exercendo sua função”, afirmou.
Ainda de acordo com o prefeito, a proposta de reajuste apresentada está dentro da capacidade financeira do município. Ele esclareceu que o índice de 2,4% se refere apenas ao período entre janeiro e abril, e que a recomposição referente a maio em diante será tratada junto ao reajuste de 2026.
“No ano passado, fizemos o reajuste da inflação com ganho real. Neste ano, a inflação acumulada foi de 1,5%, e estamos oferecendo 2,4% apenas para os quatro primeiros meses. Ou seja, está acima da inflação”, explicou Damião.
Professores rejeitam proposta da prefeitura e seguem em greve
A greve da rede municipal de educação foi aprovada em 5 de junho. Os profissionais rejeitam o reajuste proposto de 2,49%, considerado abaixo do Piso Nacional do Magistério de 2025, que prevê 6,27% de correção. Segundo o sindicato da categoria, a oferta da PBH representa uma desvalorização salarial, especialmente em um contexto de acúmulo de funções e sobrecarga de trabalho.
Do lado de fora da sede da Prefeitura, professores realizaram nova manifestação, com faixas e cartazes criticando o percentual oferecido, classificado como “sacana demais”.
Vanessa Portugal, diretora do Sind-Rede BH, rebate os argumentos do Executivo municipal:
“Eles fazem o cálculo com base no piso nacional de 40 horas semanais, mas não existe concurso com essa carga horária atualmente. Os servidores são concursados para 22 horas e meia. Muitos fazem jornada dupla para compor a renda. Além disso, o piso é o valor mínimo que deve ser pago, como em cidades pobres, e esse não é o caso de Belo Horizonte”, criticou.
Refeições escolares garantidas
Durante o anúncio, Álvaro Damião também informou que, a partir deste sábado (28), todas as escolas municipais permanecerão abertas para servir alimentação aos alunos.
“É um direito que não pode ser comprometido. No sábado, serviremos café da manhã e almoço. De segunda a sexta, serão mantidas as quatro refeições regulares”, garantiu o prefeito.
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