A dona de casa Natalice Gomes da Silva, de 49 anos, teve a perna direita amputada e sofreu um corte na cabeça após ser atropelada por um trem no bairro Nova Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte. O acidente ocorreu na última sexta-feira (20), próximo a um canteiro de obras da Linha 2 do metrô.
Segundo a empregada doméstica Luciene Rezende de Souza, de 46 anos, vizinha e amiga da vítima, Natalice tropeçou em entulhos deixados pelas obras, caiu e acabou atingida pela composição ferroviária. Ela afirma ainda que o maquinista não percebeu o atropelamento e seguiu viagem normalmente.
A vítima foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde passou por cirurgia de amputação e permaneceu internada até terça-feira (24). Após receber alta, Natalice foi acolhida na casa da filha, Jéssica Gomes da Silva, de 33 anos, que reside no mesmo bairro onde o acidente ocorreu.
Embora o atropelamento tenha ocorrido no dia 20, o caso ganhou repercussão apenas na quinta-feira (26), após a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) acionar a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A parlamentar denunciou a situação de insegurança vivida pelos moradores da região, que têm convivido com obras e intervenções sem os devidos cuidados com a integridade da população.
Moradores relataram que o acidente ocorreu em meio a entulho acumulado próximo aos trilhos, resultado de demolições de casas na área para viabilizar as obras de expansão da linha metroviária. Eles denunciam ainda o acúmulo de lixo, a falta de sinalização adequada e a insegurança na travessia dos trilhos.
Segundo a família, a MRS Logística, responsável pela ferrovia, não prestou qualquer tipo de assistência à vítima após o acidente.
“Quando ela foi atravessar, como está cheio de entulho e lixo, ela tropeçou e bateu no vagão. As empresas ficam jogando a responsabilidade uma para a outra e não querem saber de ajudar. É um descaso com os moradores”, disse Jéssica Gomes da Silva, filha de Natalice.
Na segunda-feira (23), moradores realizaram um protesto, montando barricadas com móveis usados sobre os trilhos para cobrar providências das empresas envolvidas. Durante a manifestação, representantes da MRS e assessores parlamentares dialogaram com os manifestantes. Entre as principais reivindicações do grupo estão:
- Transferência da vítima para outro hospital, caso necessário, devido ao risco de infecção hospitalar;
- Alojamento adequado para a mulher após a hospitalização, pois sua casa atual é considerada inadequada para uma pessoa amputada;
- Auxílio financeiro e moradia temporária, compatível com as novas necessidades da vítima.
Após visitar o local do acidente e conversar com familiares, a deputada Bella Gonçalves acionou o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), solicitando vistorias nas obras da ferrovia. Segundo a parlamentar, as condições precárias da linha férrea colocam em risco tanto os moradores quanto os trabalhadores do entorno.
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