Idosa que morreu durante exame de endoscopia tem corpo velado em Betim

O corpo de Maria Benta de Souza, de 74 anos, está sendo velado na tarde desta quarta-feira (4), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A idosa faleceu após complicações durante um exame de endoscopia realizado na terça-feira (3), em uma clínica localizada em Contagem.

O velório teve início às 11h30, e o sepultamento está previsto para as 16h30, no Jardins Cemitério Parque, em Betim. As circunstâncias da morte estão sendo investigadas pela Polícia Civil de Minas Gerais.

De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Militar, o médico responsável pelo exame informou que a paciente sofreu uma hemorragia durante o procedimento e não resistiu. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas apenas pôde constatar o óbito. A Polícia Civil também compareceu ao local para iniciar as apurações.

Família cobra explicações

Os familiares relatam estarem confusos diante das informações prestadas pela clínica e apontam inconsistências entre os relatos dos profissionais e as declarações de testemunhas, além do conteúdo do Boletim de Ocorrência.

“Minha irmã foi quem acompanhou minha mãe no exame. Ela disse que o procedimento demorou muito mais do que o normal. Uma endoscopia costuma durar cerca de 40 minutos, mas dessa vez passou de duas horas. A movimentação na clínica estava estranha. Quando cheguei lá, conversei com o médico, mas as informações que ele deu não batiam. Não sabemos se havia os equipamentos necessários, como um aparelho de reanimação, nem se foi usada a medicação adequada para estancar a hemorragia. Temos muitas dúvidas. Suspeito de erro humano”, afirmou o filho da idosa.

Outro ponto levantado pela família é que a clínica onde o exame foi realizado não possui alvará sanitário para funcionamento. Segundo os familiares, essa foi a primeira vez que utilizaram os serviços da unidade.

“Minha mãe sempre fazia esse exame de rotina. Como ela não encontrou vaga no local onde costumava ir, procurou essa clínica, ligou e marcou. Só depois soubemos que o local não tem alvará. Como um estabelecimento pode funcionar nessas condições?”, questiona o filho.

A Polícia Civil segue com a investigação para apurar se houve negligência ou falha no atendimento prestado à idosa.