Um recém-nascido de apenas um mês morreu após aguardar atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na terça-feira (27). Conforme confirmou a Secretaria Municipal de Saúde de Betim nesta quarta-feira (28), o bebê deu entrada na unidade apresentando sinais de insuficiência respiratória e sofreu quatro paradas cardiorrespiratórias.
O drama da família teve início às 8h25, quando a mãe procurou a UPA relatando que o filho apresentava sintomas de síndrome respiratória. A ficha de atendimento foi registrada e finalizada pouco depois, às 8h33, segundo a prefeitura. Contudo, aproximadamente 20 minutos após a chegada, a mãe percebeu que o bebê estava perdendo consciência e o levou até a sala de classificação de risco.
De acordo com o registro, a enfermeira responsável constatou que a criança já estava em parada cardiorrespiratória e imediatamente a encaminhou para a sala de urgência, onde as manobras de reanimação foram iniciadas. “Todas as medidas médicas necessárias foram tomadas, mas o bebê não respondeu ao tratamento”, informou a Secretaria em nota oficial.
Em janeiro deste ano, outro bebê faleceu no município em decorrência de complicações respiratórias. O menino indígena, de quatro meses, foi diagnosticado com influenza B, adenovírus e rinovírus. Ele permaneceu internado por 20 dias no Hospital Regional de Betim e, em seguida, foi transferido para o Centro Materno Infantil, onde veio a óbito no dia 8 de janeiro, após diversos tratamentos.
Esses episódios evidenciam a delicada situação da saúde pública local, que enfrenta uma crescente pressão devido ao aumento dos casos de doenças respiratórias. De janeiro até 26 de maio deste ano, Betim contabilizou 796 internações relacionadas a síndromes respiratórias, conforme dados do Painel de Doenças Respiratórias da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), atualizados em 26 de maio.
Os recém-nascidos, grupo ao qual pertencia o bebê que faleceu, estão entre os mais vulneráveis às formas graves dessas doenças. Em Betim, crianças com menos de um ano correspondem a quase 20% das internações por síndromes respiratórias, totalizando pelo menos 136 hospitalizações neste período.
Esse cenário é reflexo de uma tendência observada em todo o estado. Em 2025, Minas Gerais já registrou 5.296 internações de bebês com até um ano de idade, a maioria decorrente da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causada principalmente por vírus como o sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus.
Estado de emergência
Diante desse quadro epidemiológico preocupante, que ameaça sobrecarregar a rede de saúde, Betim decretou estado de emergência em saúde pública no dia 16 de abril. A medida, com validade inicial de 120 dias, possibilita a aquisição emergencial de insumos, medicamentos e equipamentos, além de permitir o reforço das equipes médicas nas unidades de atendimento.
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