Obras na Praça do Papa, em BH, são adia novamente

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou, por meio do Diário Oficial do Município (DOM) nesta quinta-feira (8), um novo adiamento para a entrega das obras de revitalização da Praça Governador Israel Pinheiro, mais conhecida como Praça do Papa, localizada no bairro Mangabeiras, região Centro-Sul da capital. Esta é a segunda prorrogação do cronograma, sendo a primeira registrada em dezembro de 2024.

Com a nova extensão, a reinauguração, inicialmente prevista para junho de 2025, foi remarcada para até o dia 14 de dezembro de 2025.

Segundo a PBH, os principais motivos para o adiamento são a demora na aprovação de intervenções por parte dos órgãos de patrimônio cultural, a escassez de mão de obra qualificada e alterações técnicas no projeto original.

“Justifica-se pelo tempo de aprovação dos órgãos de patrimônio cultural para a instalação dos pisos de cerâmica, pela necessidade de alteração do local de bota-fora e pela escassez de mão de obra no mercado, que impactaram no cronograma de execução da obra”, detalhou a prefeitura em nota técnica.

A praça passa por uma substituição total do piso em mosaicos, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Por se tratar de material especial, sua fabricação é limitada a apenas uma empresa no país.

Em fevereiro, o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) comentou sobre o andamento das obras durante uma coletiva de imprensa e pediu compreensão da população:

“As pedras que compõem o piso da Praça do Papa são tombadas, e só uma empresa no Brasil as fabrica. Então, peço um pouco mais de paciência às pessoas que moram no entorno e àquelas que gostam da praça.”

Motivos da nova prorrogação

Além dos entraves com o patrimônio, a prefeitura também alegou necessidade de readequações técnicas no contrato da obra. Entre as mudanças estão:

• Manutenção parcial do gramado, indicada pelo engenheiro-agrônomo responsável, em vez de sua remoção completa;
• Substituição de equipamentos do sistema de irrigação, devido à indisponibilidade de peças no mercado.

Essas alterações impactaram diretamente no orçamento da obra. Os acréscimos somaram 11,66% do valor, representando quase R$ 1,3 milhão, enquanto a exclusão de itens gerou uma redução de 4,76%, ou cerca de R$ 530 mil. O resultado é um aumento líquido de R$ 766 mil no contrato.

Moradores criticam atrasos nas redes sociais

Nas redes sociais, moradores da região e frequentadores da praça manifestaram indignação com o novo adiamento. Muitos compararam a situação com a recente reforma da Praça da Estação, que, segundo eles, teve alto custo e pouco impacto visual, gerando desconfiança quanto ao uso dos recursos públicos.