Uma mulher, de 26 anos, foi presa pela Polícia Civil de Minas Gerais, suspeita de dopar homens para roubar contas bancárias e bens pessoais durante encontros marcados por aplicativos. A investigação aponta que ela atuava com um comparsa, de 30 anos, seu ex-companheiro, que também foi detido.
Segundo a Polícia Civil, ao menos quatro casos foram identificados na Grande BH, com prejuízos que ultrapassam R$ 200 mil. Em um deles, considerado o mais grave, ocorrido em janeiro deste ano, a mulher convenceu um idoso de 75 anos a ir até sua casa. Ela conseguiu roubar cerca de R$ 100 mil em jóias, relógios e dinheiro, além de dopar o homem com diversos entorpecentes. O idoso foi encontrado em casa pelos filhos, dois dias após o desaparecimento. Ele foi internado, ficou 30 dias em coma, conseguiu retomar a consciência, mas faleceu em 28 de março, em decorrência do uso excessivo de medicamentos.
Conforme o delegado Gustavo Barletta, a mulher dopava as vítimas com substâncias ainda não identificadas, mas há indícios do uso de clonazepam. “Em um dos casos, a vítima encontrou um frasco da substância em casa e nos relatou nunca ter feito uso do medicamento”, afirmou o delegado.
Os crimes seguiam um padrão: a mulher abordava homens de meia-idade em bares ou por meio de aplicativos, oferecia um programa sexual e, durante o encontro, aplicava o chamado “Boa noite Cinderela”. Assim que os homens perdiam a consciência, ela conseguia as senhas dos celulares, acessava contas bancárias, realizava transferências via Pix e furtava objetos de valor das casas das vítimas.
O primeiro caso ocorreu em setembro de 2024, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima, de 57 anos, desmaiou após ingerir uma bebida oferecida pela mulher. Ele acordou cerca de seis horas depois e percebeu um prejuízo de R$ 15 mil.
Em outubro, outro homem, de 67 anos, foi dopado em casa, após um encontro em um bar de Belo Horizonte. Ele teve um prejuízo de R$ 60 mil.
No final de dezembro, um homem no bairro Serrano, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, ficou desacordado por três dias e foi encontrado com um corte profundo na cabeça. O prejuízo foi de R$ 80 mil.
“A polícia trabalha com a hipótese de dolo eventual, já que a mulher, ao menos, assumia o risco de matar ao ministrar altas doses de medicamentos”, comentou o delegado.
A dupla foi presa preventivamente no dia 30 de abril, no bairro Palmital, em Santa Luzia. Eles haviam gasto cerca de R$ 20 mil em um fim de semana no Rio de Janeiro, utilizando o dinheiro das vítimas. O homem já possuía passagens pela polícia por tráfico de drogas. Já a mulher, que não tinha antecedentes criminais, negou os crimes. Ela admitiu os encontros, mas alegou que os homens não conseguiam manter relações sexuais por causa do álcool e, por isso, ela se sentia no direito de fazer as transferências e pegar objetos como forma de pagamento pelos serviços prestados. A suspeita afirmou ainda que os próprios clientes forneciam voluntariamente as senhas bancárias.
Ainda de acordo com o delegado Barletta, as provas contra a mulher incluem imagens de câmeras de segurança, registros de transferências bancárias e o reconhecimento feito por duas das vítimas. O suposto comparsa estaria recebendo parte das transferências em sua conta.
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