A primeira motofaixa de Belo Horizonte será implantada na Via Expressa, conforme anunciou o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) durante entrevista à rádio BandNews FM nesta sexta-feira (23). A medida visa organizar o fluxo de motociclistas e reduzir o número de acidentes envolvendo motos na capital mineira.
“A Via Expressa será o nosso primeiro experimento. Já estamos em contato com o Governo Federal, porque essa iniciativa não depende apenas da prefeitura. Fizemos um levantamento para identificar as avenidas e ruas de BH que comportam a faixa exclusiva”, afirmou o prefeito.
Segundo ele, o trecho contemplado inicialmente será entre o bairro Calafate e a Arena MRV. Ainda não há um prazo definido para o início da implantação.
Damião ressaltou que a criação de motofaixas exige diálogo com o Governo Federal e respeita critérios técnicos rigorosos, como o espaço viário disponível.
“A rua não pode crescer, e não posso invadir o passeio. É preciso seguir normas federais”, destacou.
Durante a entrevista, o prefeito também comentou o aumento dos acidentes com motociclistas em BH. Ele reconheceu que a faixa exclusiva, embora importante, não resolverá o problema sozinha.
“É uma medida experimental. Estamos preocupados porque não é só a faixa que vai evitar acidentes. O que vai reduzir esses índices é a conscientização. Muitos estão despreparados para pilotar e ainda colocam garupas igualmente despreparados.”
Damião criticou comportamentos perigosos no trânsito:
“Tem muito motociclista cortando ônibus pela direita, subindo em calçadas, brincando com a própria vida. Precisamos regulamentar e tirar das ruas quem não sabe usar o veículo que tem nas mãos.”
Discussões e histórico
A proposta de criar corredores exclusivos para motos, também conhecidos como “faixas azuis”, já vinha sendo discutida pela Prefeitura de Belo Horizonte desde o ano passado. Em janeiro deste ano, a ideia ganhou força após reunião entre o superintendente regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais, Carlos Calazans, e o secretário de Governo da PBH, Guilherme Daltro.
Na ocasião, Calazans destacou o baixo custo e o alto impacto da medida:
“Foi o ponto mais positivo da reunião. A faixa azul não tem um grande custo, mas traz um benefício enorme”, afirmou em entrevista ao portal BHAZ. Ele citou o exemplo de São Paulo, onde, segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), os acidentes envolvendo motos caíram 60% após a implementação das motofaixas.
Calazans defendeu que a iniciativa pode trazer mais disciplina ao trânsito em avenidas movimentadas da capital mineira.
“Hoje há uma guerra entre motos e carros. Com a faixa azul na Avenida do Contorno, na Amazonas, a situação tende a melhorar.”
Números preocupantes
Somente em 2024, Belo Horizonte já registrou mais de 15 mil ocorrências envolvendo motocicletas, um aumento de 12,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando houve cerca de 13,4 mil casos, segundo levantamento da Prefeitura.
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