O marido de Jhenipher Sabriny Gonçalves Oliveira, de 31 anos, que pulou do segundo andar de um prédio em Contagem, na Grande BH, para fugir de uma tentativa de feminicídio, se entregou à polícia nesta terça-feira (8). Pablo Henrique de Oliveira Rodrigues, de 32 anos, teve a prisão preventiva decretada no início de março, mas estava foragido desde então.
A Polícia Civil informou que o suspeito foi ouvido na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher de Contagem. O inquérito segue em andamento e detalhes devem ser apresentados em coletiva marcada para a manhã desta quarta-feira (9). A Justiça autorizou a prisão com base em provas e relatos que indicam risco à integridade da vítima.
Segundo o processo, o crime ocorreu no dia 12 de fevereiro, quando o casal discutiu após Pablo exigir que Jhenipher retirasse R$ 10 mil da conta da empresa dos dois. Após a recusa, ele teria pegado uma faca de churrasco e dito que a mataria. Diante das ameaças, a vítima se jogou da janela em busca de sobrevivência.
A queda de sete metros causou múltiplas fraturas. A empresária precisou ser hospitalizada e permaneceu internada por 12 dias. Durante esse período, de acordo com o juiz responsável pelo caso, o suspeito continuou fazendo ameaças, inclusive na própria unidade hospitalar, onde teria tentado intimidar a vítima para que ela não o denunciasse.
A Justiça destacou ainda o histórico de uso de drogas por parte do suspeito e afirmou que a prisão preventiva era necessária para proteger Jhenipher. Mesmo após a tentativa de feminicídio, o comportamento do investigado apontaria risco de reincidência e interferência na investigação.
Na porta da delegacia, o advogado de defesa, Glauber Henrique Pereira de Paiva, alegou que não houve agressão física nem ameaça. Segundo ele, a vítima teria pulado por conta própria. A defesa informou que tentará revogar a prisão preventiva na audiência de custódia e permitir que Pablo responda em liberdade.
Pedido de socorro
No dia do crime, após a queda, Jhenipher foi socorrida por vizinhos, mas relatou que o companheiro a pegou nos braços e a colocou no carro, tentando controlar a situação. Durante o trajeto, ela viu uma viatura da Polícia Militar e estendeu o braço pela janela, tentando pedir socorro.
Os policiais interceptaram o veículo, e Pablo alegou que levaria a companheira até a UPA Ressaca. Mesmo ferida, a vítima foi acompanhada pelo agressor nos dias em que permaneceu no hospital, o que, segundo ela, dificultou o pedido de ajuda.
“Eu fiquei 12 dias com ele no hospital, ele não deixava ninguém ficar comigo. Por medo, eu omiti esse caso esse tempo todo, porque vejo na televisão que a vítima quando pede ajuda, nem sempre tem sucesso. O agressor ainda termina de matar”, relatou Jhenipher, que segue em tratamento médico e psicológico desde o ocorrido.
GRUPO COM NOTÍCIAS DO POR DENTRO DE MINAS NO WHATSAPP
Gostaria de receber notícias como essa e o melhor do Por Dentro de Minas no conforto por WhatsApp. Entre em grupos de últimas notícias, informações do trânsito da BR-381, BR-040, BR-262, Anel Rodoviário e esportes.
Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Acompanhe o Por Dentro de Minas no YouTube
Assista aos melhores vídeos com as últimas notícias de Belo Horizonte e Minas Gerais. Informações em tempo real.