Cerca de 300 agentes da segurança pública protestaram na manhã desta terça-feira (8) no hipercentro de Belo Horizonte. Os manifestantes interditaram o cruzamento da avenida Afonso Pena com as ruas Tupinambás e Espírito Santo, na altura da Praça Sete, e complicaram o trânsito na região central da cidade.
Com a interrupção total da via, o congestionamento se espalhou rapidamente para outras áreas da capital, como as avenidas Amazonas e do Contorno, além da Praça Raul Soares. Agentes da BHTrans foram acionados para orientar motoristas e sugerir desvios, mas o tráfego permaneceu lento até o início da tarde.
O ato foi marcado por palavras de ordem contra o governador Romeu Zema (Novo), barulho de bombas, cartazes e faixas reivindicando o cumprimento de acordos salariais. O grupo caminhou em direção à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) por volta de 12h, quando a via foi liberada.
Durante a manifestação, os líderes das categorias afirmaram que o governo estadual desrespeita as forças de segurança pública ao não cumprir acordos firmados em anos anteriores. A mobilização foi classificada como o início de uma série de atos que podem se intensificar nos próximos dias.
Segundo os organizadores, o protesto foi pacífico e contou com a presença de oito associações de policiais militares e bombeiros, além de oito sindicatos que representam policiais civis, penais e socioeducativos. A presença dos diferentes grupos reforçou a união da categoria frente ao impasse com o governo.
Entenda as reivindicações da categoria
Os agentes cobram a recomposição das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos. De acordo com Marcelo Horta, presidente do Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil, a defasagem salarial acumulada chega a 74,89% ao longo da última década. “Houve uma negociação até 2022, com três parcelas previstas. Apenas uma foi paga”, afirmou.
As entidades também denunciam o descumprimento da Lei 24.260/2022, de autoria do deputado Sargento Rodrigues, que obriga o envio anual à ALMG do índice da inflação acumulada até o fim de janeiro. O índice, calculado em 4,82% pelo IBGE, ainda não foi oficialmente enviado pelo Executivo.
O governo argumenta que não há garantias de reajuste em 2025 devido à permanência do estado no Regime de Recuperação Fiscal. Segundo o secretário da Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, o superávit anunciado este ano — de R$ 5 bilhões — é composto por recursos vinculados ao acordo com a Vale e não pode ser usado para pagamento de pessoal.
Representantes da categoria, no entanto, contestam a justificativa e apontam o reajuste de 298% concedido ao governador e seus secretários como exemplo da priorização de outras áreas. Os profissionais da segurança afirmam que acumulam perdas enquanto o Executivo beneficia a alta cúpula do governo.
A falta de diálogo com o governo estadual também é criticada. “O governador usa a segurança pública para fazer marketing, mas se recusa a nos ouvir”, disse um dos líderes do movimento. Parlamentares como o deputado Sargento Rodrigues alertaram que, se não houver avanço, haverá obstrução de pautas do Executivo na ALMG.
GRUPO COM NOTÍCIAS DO POR DENTRO DE MINAS NO WHATSAPP
Gostaria de receber notícias como essa e o melhor do Por Dentro de Minas no conforto por WhatsApp. Entre em grupos de últimas notícias, informações do trânsito da BR-381, BR-040, BR-262, Anel Rodoviário e esportes.
Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Acompanhe o Por Dentro de Minas no YouTube
Assista aos melhores vídeos com as últimas notícias de Belo Horizonte e Minas Gerais. Informações em tempo real.