O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre mais uma agenda em Minas Gerais nesta terça-feira (11), com o objetivo de fortalecer sua relação com o setor industrial. Esta é a segunda visita do presidente ao estado em menos de uma semana, em meio a baixa popularidade que tem afetado seu governo.
Acompanhado de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e outros ministros, Lula visitou, nesta manhã, o Polo Automotivo Stellantis em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O evento incluiu uma reunião com executivos da empresa e a inauguração de um centro de desenvolvimento de produtos de mobilidade híbrida-flex, com foco em tecnologias de eletrificação e motores de alta eficiência.
A cerimônia em Betim marcou o reencontro do presidente com o governador Romeu Zema (Novo) após as polêmicas em torno do Propag. No evento, a autoridade federal também se reuniu com empresários locais, em um gesto de valorização e aceno para as iniciativas privadas no estado.
Na parte da tarde, o presidente segue para Ouro Branco, na Região Central de Minas, para visitar a ampliação das operações da Gerdau. A siderúrgica, maior produtora de aço do Brasil, está expandindo sua capacidade de produção, o que representa um movimento importante para a economia local.
A visita de Lula a essas indústrias também tem um caráter estratégico, dado o atual cenário de ameaça externa ao setor industrial brasileiro. Isso porque, recentemente, o governo dos Estados Unidos impôs tarifas de 25% sobre importações de aço, algo que afeta diretamente o Brasil, o segundo maior exportador de aço para os EUA.
Também estão presentes nas agendas desta terça-feira em Minas Gerais os ministros Rui Costa (PT), da Casa Civil, Fernando Haddad (PT), da Fazenda, Luiz Marinho (PT), do Trabalho e Emprego, Alexandre Silveira (PSD), das Minas e Energia, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos, e a primeira-dama Janja da Silva.
Além disso, a agenda de Lula em Minas Gerais segue uma linha de diálogo com diferentes segmentos da sociedade. Na semana passada, o presidente esteve em Campo do Meio, no Sul do estado, onde participou de uma cerimônia no assentamento do Movimento Sem Terra (MST).
Durante a visita, anunciou a desapropriação de terras para a criação de novos assentamentos, mostrando seu compromisso com os movimentos sociais.
Baixa popularidade do presidente
Lula enfrenta uma crise de popularidade em Minas Gerais, onde a pesquisa Genial/Quaest de fevereiro de 2024 apontou um índice de desaprovação de 63%. Este é um dos maiores índices de rejeição ao presidente desde o início de seu segundo mandato.
A pressão por uma recuperação política levou o presidente a intensificar suas visitas ao estado, visando recuperar a confiança da população mineira. No dia 7 de março, Lula já havia visitado o Sul de Minas.
Com essas visitas em menos de uma semana, o presidente reforça seu compromisso com o estado, mas a estratégia também visa mostrar que seu governo está atento às necessidades locais, tanto no setor rural quanto urbano.
A polêmica sobre a gestão fiscal e o Propag
A visita de Lula a Minas Gerais ocorre em um momento delicado de sua relação com o governador Romeu Zema (Novo) após intensas discussões sobre o Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados com a União, o Propag, que atualmente é considerado um ponto de tensão entre o governo federal e os governadores.
Semanas atrás, Lula vetou partes do projeto que garantiriam maior flexibilidade financeira aos estados em situações de calamidade, como a isenção de taxas e o uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) para quitar dívidas. Além disso, o governo manteve as restrições do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e o teto de gastos, o que gerou insatisfação entre os governadores que esperavam mais autonomia para manejar as finanças estaduais.
Zema, em particular, criticou o veto, afirmando que ele prejudicava os estados e comprometeria a recuperação fiscal do país. O governador de Minas chegou a afirmar que, sem a derrubada dos vetos no Congresso, a adesão ao Propag não seria uma prioridade para o estado de Minas Gerais.
Em resposta, Lula defendeu seus vetos, argumentando que as medidas propostas eram inconstitucionais e que a “grandeza” política era necessária para reconhecer as ações do governo federal. A tensão entre os dois governantes ainda persiste, e a discussão sobre o Propag segue sendo uma das questões centrais nas relações entre o governo federal e os estados.
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