Em um feito inédito para o Brasil, os “Modos de Fazer” do Queijo Minas Artesanal foram reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. O anúncio, feito em Assunção, no Paraguai, nesta quarta-feira (4), celebrou séculos de tradição e o saber ancestral dos queijeiros mineiros.
Um tesouro cultural e gastronômico
A produção do Queijo Minas Artesanal é uma atividade profundamente enraizada na cultura mineira, transmitida de geração em geração. O reconhecimento da Unesco destaca o valor cultural e histórico desse processo, que envolve não apenas a produção do queijo, mas também a relação com o meio ambiente, a comunidade e o modo de vida das pessoas.
O Queijo Minas Artesanal (QMA) é o tipo de queijo artesanal mais produzido no estado, também feito a partir de leite cru, em pequenas propriedades rurais, utilizando receitas tradicionais e familiares, que preservam a identidade cultural do povo mineiro. Atualmente, 15 regiões de Minas Gerais produzem queijos artesanais sem nenhum processo industrial. Dessas, 10 regiões – Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serras da Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro – produzem o tipo Queijo Minas Artesanal (QMA).
O que significa esse reconhecimento?
- Valorização da tradição: O título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade coloca em evidência a importância de preservar as tradições e o conhecimento dos queijeiros mineiros.
- Impulso econômico: O reconhecimento internacional pode impulsionar o turismo e as vendas do Queijo Minas Artesanal, beneficiando os produtores e a economia local.
- Preservação da identidade cultural: O queijo é um símbolo da identidade mineira e esse reconhecimento contribui para fortalecer essa identidade.
O papel do Sebrae Minas
O Sebrae Minas desempenhou um papel fundamental nesse processo, apoiando os produtores de queijo em diversas frentes, como a organização da base produtiva, a melhoria da qualidade dos produtos e a inserção em novos mercados. A instituição também contribuiu para a criação de rotas turísticas que valorizam a produção do queijo e a cultura local.
“O Queijo Minas Artesanal reflete a essência da tradição mineira, carregando em cada pedaço o sabor único das montanhas, o cuidado dos produtores em suas fazendas e a história que atravessa gerações. O título de Patrimônio Cultural e Imaterial da Unesco valoriza um legado de mais de 300 anos da rica produção queijeira e todo esse conhecimento transmitido de geração em geração, proporcionando maior renda para as famílias que carregam essa tradição. Ao lado do Governo do Estado, o Sebrae Minas tem desempenhado papel fundamental no apoio e fortalecimento da cadeia produtiva na valorização dessa iguaria como um bem cultural e econômico do estado”, afirmou o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
“Hoje é um dos dias mais especiais do meu governo. Depois de um longo trabalho, de um longo percurso, nós conseguimos! Conquistamos a declaração e os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal são oficialmente, com confirmação da Unesco, um patrimônio cultural e material da humanidade. É uma grande felicidade ter esse reconhecimento”, disse o governador Romeu Zema, em pronunciamento no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte.
“O título de Patrimônio Cultural da Humanidade tem duas vertentes: a materialidade, quando se refere a um edifício, e a imaterialidade, que, neste caso, é o alimento, o queijo. Isso significa que estaremos entre não mais de dez países no mundo que possuem um alimento reconhecido como Patrimônio da Humanidade.Os modos de fazer são importantes porque valorizam as pessoas, os produtores, que mantiveram essa tradição por mais de 300 anos aqui no Brasil”, ressaltou o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira.
“Precisamos potencializar o turismo de experiência, para que as pessoas descubram Minas Gerais por meio do queijo, das nossas pequenas propriedades e da agricultura familiar. Que conheçam a história das famílias, sejam recebidas com hospitalidade e se reconheçam como brasileiros e mineiros nesse produto que vem da terra e é um símbolo tão forte da mineridade”, acrescentou Leônidas de Oliveira.
Rotas Turísticas do Queijo
Para aproveitar ao máximo esse reconhecimento, o Sebrae Minas e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo estruturaram as Rotas do Queijo da Canastra e do Serro. Essas rotas oferecem aos visitantes a oportunidade de conhecer as propriedades, o processo de fabricação dos queijos, a produção do Café da Canastra e explorar a história, a natureza e as tradições dos territórios.
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