Operação desarticula esquema bilionário de cigarros falsificados e trabalho escravo

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (09), a operação Sinal de Fumaça, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, e Nicotina Falsa, no Distrito Federal, com o objetivo de desmantelar um esquema criminoso envolvendo a produção e venda de cigarros falsificados, além da exploração de trabalhadores em condições análogas à escravidão.

A operação mobilizou mais de 170 agentes, que cumpriram 2 mandados de prisão e 41 de busca e apreensão, em quatro estados: Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Pernambuco.

As investigações, que começaram a partir de denúncias sobre a comercialização de cigarros ilegais em Valparaíso de Goiás e Uberaba, apontam que os suspeitos inicialmente vendiam cigarros legítimos, mas, visando lucros maiores, passaram a fabricar e distribuir produtos falsificados.

A produção ocorria em uma fábrica clandestina, possivelmente localizada em Minas Gerais, onde trabalhadores paraguaios eram mantidos em condições desumanas, caracterizadas como trabalho escravo.

A movimentação financeira do esquema foi expressiva: em torno de R$ 1,47 bilhão. O grupo criminoso utilizava documentos e notas fiscais falsificadas para transportar as mercadorias pelas rodovias do Brasil, driblando a fiscalização. De forma audaciosa, os investigados ironizavam as abordagens policiais, afirmando que “aprendiam” com cada nova fiscalização.

Durante as investigações, a PF coletou amostras dos cigarros e do tabaco, que, após perícia, confirmaram a falsificação. Com a colaboração da Receita Federal e do Ministério do Trabalho e Emprego, a operação resultou também no bloqueio e sequestro de bens dos suspeitos.

Os investigados responderão por crimes como falsificação de produtos, documentos tributários, comércio de itens impróprios para consumo, trabalho escravo e lavagem de dinheiro. As penas podem ultrapassar os 48 anos de prisão.