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Justiça Britânica começa julgamento de ação de atingidos no rompimento da barragem de Mariana

Supremo assume conciliação de acordo sobre desastre em Mariana - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Supremo assume conciliação de acordo sobre desastre em Mariana - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Começou nesta segunda-feira (21), em Londres, o julgamento que pode definir a responsabilidade da mineradora BHP Billiton no rompimento da barragem em Mariana, na Região Central de Minas, ocorrido em novmbro de 2015. O desastre resultou na morte de 19 pessoas, destruiu comunidades inteiras e contaminou o Rio Doce, marcando uma das maiores tragédias ambientais do Brasil. A barragem era operada pela Samarco, uma joint venture entre a Vale e a BHP Brasil.

Maior ação coletiva ambiental do mundo

Essa audiência na Corte de Tecnologia e Construção em Londres é um marco importante para aproximadamente 620 mil pessoas afetadas pelo rompimento, incluindo comunidades indígenas, organizações religiosas, empresas e 46 municípios. A ação coletiva, considerada a maior do mundo em termos de impacto ambiental, foi movida pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead (PG) e busca cerca de R$ 230 bilhões em indenizações da multinacional anglo-australiana.

Cronograma de 12 Semanas para avaliação das provas

O julgamento, que começou hoje e se estenderá até 5 de março de 2025, será dividido em várias etapas importantes, com destaque para os depoimentos e a apresentação de provas e argumentos técnicos. A fase inicial será focada em declarações das partes envolvidas, seguida por testemunhos e análises de especialistas em áreas como direito civil, societário, ambiental e geotécnico.

Confira o cronograma previsto para o julgamento:

Impacto

Este julgamento é um passo crucial para determinar se a matriz global da BHP pode ser legalmente responsabilizada pelo desastre, além de destacar a possibilidade de responsabilização de multinacionais por desastres ambientais em outros países. A decisão do tribunal britânico pode influenciar futuros casos internacionais e definir precedentes para ações de responsabilização corporativa.

A expectativa é que a sentença final seja proferida em meados de 2025, marcando o próximo capítulo dessa  batalha judicial que já se arrasta desde 2018.

* Sob supervisão de Elberty Valadares

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