É cada vez maior o número de brasileiros que buscam diversificar a carteira de investimentos no mercado de ações dos EUA. Estima-se que cerca de 500 mil brasileiros já investem diretamente naquele país visando maior liquidez e a possibilidades de investir em grandes empresas globais como Apple, Google e Tesla. Para se ter uma ideia das vantagens, a Nasdaq encerrou 2023 com uma alta de 43,4%, e o S&P com uma valorização de 24%, enquanto o Ibovespa fechou o ano passado com uma valorização de 22%.
Na verdade, os EUA são tão atraentes, que metade de todos os investimentos globais são direcionados ao país. Assim, além das vantagens já listadas, Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank, ainda reforça (em declaração ao site da Forbes) que investir em mais de um país serve como uma defesa contra riscos políticos, geográficos e socioeconômicos, e aumenta o potencial de retorno no longo prazo. “O investimento no exterior deve ser pensado para o longo prazo, pois carrega mais riscos, embora tenha um potencial de retorno maior”, afirma ela.
Agora você pode estar se perguntando como começar a investir na terra do Tio Sam. Bem, o jeito mais rápido e fácil é por meio de uma corretora de investimentos que ofereça esse tipo de produto, como as estrangeiras XTB, a Interactive Brokers e a TD Ameritrade, ou as nacionais XP Investimentos e o banco BTG Pactual.
Liquidez e setores dinâmicos
Investir nas bolsas dos EUA, como a NYSE (New York Stock Exchange) e a Nasdaq, oferece uma série de benefícios aos investidores. O mercado americano é o mais líquido do mundo, o que significa que há diversos ativos disponíveis para investimento. Estamos falando de ações de gigantes da área tecnológica até os ETFs (veja mais a seguir) que replicam índices como o S&P 500 (Standard & Poor’s), empresa de serviços financeiros famosa por seus índices de mercado e classificações de crédito. Além disso, o país possui um ambiente regulatório estável, oferecendo maior segurança ao investidor.
Outro atrativo é a chance de participar de setores dinâmicos da economia mundial, como o de inteligência artificial, biotecnologia e semicondutores, que demonstram grande potencial de crescimento. Essa diversificação é uma forma eficaz de diluir riscos e buscar melhores retornos no longo prazo.
Para os iniciantes nessa atividade, os ETFs podem ser uma boa opção. Trata-se de um tipo de fundo de investimento negociado em bolsas de valores, que reúne uma combinação de ativos em uma única cota, como ações, títulos de renda fixa, commodities e moedas estrangeiras. A grande vantagem dessa modalidade é que proporciona uma diversificação imediata e com custos relativamente baixos. O Vanguard S&P 500 ETF (VOO), que replica o desempenho das 500 maiores empresas dos EUA, é uma escolha popular entre os brasileiros.
Para quem prefere ações individuais, setores como tecnologia e saúde têm mostrado grande potencial de crescimento. Empresas como Apple (AAPL), Nvidia (NVDA) e Pfizer (PFE) chamam a atenção de investidores de olho em sua resiliência e inovação. Além disso, ações que pagam dividendos podem ser interessantes para quem busca uma renda extra, com destaque para gigantes como Coca-Cola (KO) e Procter & Gamble (PG).
Riscos e impostos
Sim, os potenciais ganhos do mercado norte-americano são muito atraentes, mas é preciso considerar também os riscos inerentes a essa atividade. Assim como qualquer outro tipo de investimento, este aqui não está livre de riscos. A volatilidade das bolsas dos EUA pode ser alta, especialmente em momentos de incerteza econômica ou tensões geopolíticas. Além disso, a flutuação cambial entre o real e o dólar pode impactar diretamente o seu retorno.
Outro ponto de atenção é o risco regulatório. Apesar do ambiente estável, mudanças nas políticas fiscais ou de juros do Federal Reserve, o banco central dos EUA, podem afetar o desempenho das ações. Por isso, é fundamental que o investidor tenha um planejamento claro, levando em conta seu perfil de risco e horizonte de investimento.
Também é preciso ter atenção às questões fiscais. Investimentos no exterior devem ser declarados no Imposto de Renda anualmente. Na ficha de “Bens e Direitos”, o investidor deve informar as ações e ETFs adquiridos fora do Brasil, utilizando o código 74 (Ações) e preenchendo o valor em dólar. Em caso de vendas com lucro, há a incidência de imposto sobre o ganho de capital, sendo o percentual variável de acordo com o montante do lucro.
Além disso, rendimentos de dividendos de empresas americanas também são tributados, tanto nos EUA quanto no Brasil. Por isso, o investidor precisa estar atento ao recolhimento do imposto, que pode ser feito via DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais).
Mas como afirma o diretor de Investimentos da corretora Nomad, Caio Fasanella, o investimento na bolsa americana traz alguns benefícios fiscais. Em um artigo publicado no blog da empresa, ele explica que, “ao investir diretamente na bolsa americana, você tem isenção do imposto sobre o ganho de capital quando vender até R$ 35 mil mensais totais; desde que sejam do mesmo tipo de ativo.”
De qualquer forma, recomenda-se a consulta a um contador de sua confiança para explicações mais detalhadas sobre esse assunto e, assim, evitar maiores problemas com o Leão.
Para concluir, fica evidente que investir nas bolsas dos EUA pode ser uma excelente estratégia de diversificação e crescimento. Mas antes de colocar suas economias nesse mercado, é essencial conhecer os riscos, escolher os ativos adequados e se planejar financeiramente para lidar com questões tributárias. Com uma boa estratégia e os parceiros corretos, é possível aproveitar as oportunidades do maior mercado de ações do mundo.
GRUPO COM NOTÍCIAS DO POR DENTRO DE MINAS NO WHATSAPP
Gostaria de receber notícias como essa e o melhor do Por Dentro de Minas no conforto por WhatsApp. Entre em grupos de últimas notícias, informações do trânsito da BR-381, BR-040, BR-262, Anel Rodoviário e esportes.
Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Acompanhe o Por Dentro de Minas no YouTube
Assista aos melhores vídeos com as últimas notícias de Belo Horizonte e Minas Gerais. Informações em tempo real.