As investigações acerca do homicídio de um advogado, de 40 anos, em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, há cerca de dois meses, resultaram na prisão preventiva de um homem, de 37 anos, efetuada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), no último sábado (20/7). O suspeito foi encontrado em um imóvel na localidade de Capivara, zona rural do município de Papagaios, no Centro-Oeste mineiro, onde estava com a família.
O crime ocorreu no dia 27 de maio deste ano, por volta de 11h40, nas proximidades do fórum. Segundo apurado pela Delegacia Especializada de Homicídios (DEH) em Ibirité, vinculada ao Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o suspeito, que era cliente da vítima, a fim de atrair o advogado, teria marcado um encontro, cerca de uma hora antes, para tratar de assuntos profissionais, e o executou a tiros na porta de um restaurante.
“Sobre a motivação, nós conseguimos elementos de informação de que houve um desentendimento entre o suspeito, que apresentava certa insatisfação com resultados da atuação do advogado, e a vítima. Também apuramos a existência de atritos no que se referia a quantias que seriam pagas pelas causas. Em um determinado processo, havia sido combinado um valor, contudo o advogado, por ter realizado outro ato processual, acresceu os honorários, e isso gerou um atrito entre eles”, explica o delegado Welington Faria.
Ainda de acordo com o titular da DEH, o trabalho investigativo apontou que o investigado agiu sozinho e utilizou no crime um veículo clonado, furtado em outra cidade da Região Metropolitana, que foi incendiado no dia posterior ao homicídio.
Histórico criminal
Conforme levantado pela PCMG, o suspeito já foi indiciado por quatro homicídios consumados e outro tentado, além de condenado por posse e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. “Contra ele havia duas preventivas em aberto por homicídio na área do Barreiro [na capital] e a prisão por condenação. Além desses, a prisão que cumprimos no sábado. Tinha, então, quatro mandados em aberto e estava foragido desde 2019”, detalha a chefe do DHPP, delegada Alessandra Wilke.
O superintendente de Investigação e Polícia Judiciária, Júlio Wilke, ressalta a resposta dada no caso do homicídio contra o advogado: “Envolveu, digamos assim, um atentado contra as instituições e a democracia, porque foi um profissional essencial para o exercício da Justiça, morto em razão da sua prestação de serviço. Reforço o compromisso da Polícia Civil no combate aos crimes violentos, com todos os esforços para apurações rápidas e eficientes”.
Após os procedimentos de polícia judiciária, o investigado foi encaminhado ao sistema prisional. O inquérito policial, que tramita sob sigilo, está em fase de conclusão para remessa à Justiça.
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