A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, nessa terça-feira (23), em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a operação Extra Petita, resultando no cumprimento de sete mandados de busca e apreensão no bairro Parque Maracanã.
A ação, desencadeada pela Delegacia Especializada de Homicídios (DEH) Contagem, vinculada ao Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), teve como objetivo colher elementos para a apuração do duplo homicídio de uma advogada, de 54 anos, e de um homem, de 32.
O crime, registrado em filmagens analisadas durante as investigações, foi executado por três indivíduos, já identificados pela Polícia Civil, no dia 13 de abril. Conforme apurado, as vítimas partiram de um veículo de aplicativo na região da Serra, em Belo Horizonte, com destino ao bairro Bandeirantes, Contagem.
Já em Contagem, um segundo veículo teria seguido o carro de aplicativo, ultrapassando-o e impedindo a saída do automóvel em que as vítimas estavam. Conforme as imagens de segurança, três homens desceram do veículo e dispararam cerca de 15 vezes contra o carro, vitimando o casal fatalmente.
Motivação
Segundo o delegado Ítalo Fernandes de Almeida, responsável pela investigação, o mandante do crime, que já cumpre pena por tráfico de drogas, teria planejado o assassinato da advogada em retaliação ao auxílio que ela prestou à companheira dele, que vivia em situação de violência doméstica.
“A vítima chegou a criar uma amizade com essa mulher e tornou-se confidente dela. Com intenção de ajudá-la a sair da violência que sofria em casa, ela então auxiliou a amiga a fugir do Brasil, fato que desagradou o ex-cliente”, revelou Almeida.
A chefe do DHPP, delegada Alessandra Wilke, ressalta que o motivo para o descontentamento do mandante não foi diretamente relacionado com a condição profissional da advogada. “A vítima agiu por benevolência, uma ajuda humanitária diante das condições em que aquela mulher vivia em relação ao marido”, completou.
Extra Petita
Para Almeida, a operação Extra Petita cumpriu seu objetivo principal. “Queríamos angariar mais informações relacionadas ao crime, bem como apreender objetos que foram adquiridos pelos suspeitos utilizando o cartão de crédito da vítima após o crime”, informou.
Ainda conforme Almeida, os suspeitos, após os homicídios, levaram a bolsa da mulher com cartões e documentos. Por meio da análise das compras efetuadas, foi descoberto que os suspeitos haviam comprado dois ventiladores para serem entregues em uma residência.
Durante a ação policial, as equipes apreenderam os objetos no endereço vinculado ao parente de um dos suspeitos, onde também foram recolhidos celulares e mais de R$ 2,4 mil em dinheiro.
As investigações prosseguem, e os suspeitos seguem sendo procurados.
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