O traumatismo dentário deve ser sempre considerado uma emergência e tratado imediatamente para evitar dor, facilitar o reposicionamento dos dentes deslocados e melhorar o prognóstico a longo prazo.
Dependendo da gravidade, o traumatismo pode resultar em fraturas na porção coronária do dente (coroa dental), envolvendo o esmalte e a dentina, com ou sem exposição da polpa dentária, o tecido mole interno responsável pela inervação e vascularização dental. Além disso, pode ocorrer fratura da raiz dentária e lesões na gengiva e mucosa bucal.
As principais causas de traumatismo dentário são quedas na infância, prática de esportes de contato como futebol, basquete, handebol e polo aquático, além de quedas de bicicleta, skates, patins e acidentes automobilísticos. Os meninos são mais afetados, com frequência quase duas vezes maior que as meninas, principalmente entre os 2 e 4 anos e dos 8 aos 12 anos. Os incisivos centrais superiores são os dentes mais afetados.
No caso de lesões dentárias em dentes decíduos, que são os dentes de leite, é importante notar que durante os primeiros anos de vida, eles estão intimamente ligados aos dentes permanentes em desenvolvimento no interior do osso. Assim, lesões nesses dentes podem afetar o desenvolvimento dos dentes permanentes, resultando em manchas no esmalte ou deformações na coroa, dependendo da extensão da lesão. Lesões graves podem causar complicações para os dentes permanentes, como intrusão ou avulsão.
Para prevenir traumatismos dentários, é recomendado tomar certos cuidados, como evitar andadores para bebês, usar proteção ao andar de patins, ensinar as crianças a cuidar dos dentes e evitar objetos pesados na boca, além de cuidar de possíveis obstáculos que possam causar quedas. A criança deve permanecer sentada nos balanços e evitar pular enquanto o balanço está em movimento. Em esportes de contato ou atividades com potencial de trauma facial, o uso de capacetes ou protetores bucais é essencial.
No caso de traumatismos em dentes permanentes, é crucial procurar um dentista imediatamente após o acidente para aumentar as chances de conservar a vitalidade do dente, aplicar um tratamento de conservação e evitar complicações futuras. Se um dente permanente estiver quebrado ou for arrancado, é importante manuseá-lo corretamente, mantendo-o pela coroa e, se possível, reimplantando-o imediatamente. Se não for possível, armazená-lo em leite ou soro fisiológico e procurar tratamento odontológico especializado imediatamente.