O promotor de Justiça Fernando Rodrigues Martins de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, ajuizou uma ação civil pública contra a agência de viagens 123 Milhas, os dois sócios administradores da empresa e a Novum Investimentos Participações S/A.
O promotor pede na Justiça o bloqueio de ao menos R$20 milhões para futura indenização aos consumidores que sofreram com a suspensão de pacotes e emissão de passagens promocionais. Nesta segunda-feira (28), a 123 Milhas anunciou plano de reestruturação com demissões em massa de funcionários.
O MPMG também requer que seja concedida tutela antecipada para proibir a 123 Milhas de realizar as chamadas “promoções flexíveis”, com datas abertas, a fim de evitar novos danos e novas vítimas. A ação ainda pede que a empresa seja obrigada a assumir débitos mensais nas contas de cartão de crédito (perante as respectivas administradoras) parcelados pelos consumidores que se habilitarem na ação, de forma a mitigar possível dano futuro, tudo sob pena de multa de R$10 mil para cada dia descumprimento. Sobre os contratos celebrados com a empresa por consumidores em Uberlândia, a Promotoria de Justiça local pede que os valores pagos sejam imediatamente estornados ou que a restituição seja facilitada.
Ao julgamento final da ACP, o MPMG pede a condenação da 123 Milhas ao pagamento de danos morais coletivos em valor não inferior a R$10 milhões e também ao pagamento de danos individuais (patrimoniais e extrapatrimoniais) a serem apurados em liquidação de sentença.
Foi pedida à Justiça que sejam desconsideradas as personalidades jurídicas da 123 Viagens e Turismo LTDA, a fim de que os sócios da empresa possam responder pelos abusos cometidos.
Abuso contra o consumidor
Na ação, o MPMG demonstra de que forma a conduta da 123 Milhas levou os consumidores a serem lesados: primeiro, anuncia o baixo custo do pacote; utiliza, para tanto, marketing agressivo, inclusive com cantores sertanejos e atores de novela; explora a inexperiência de julgamento de consumidores com a ideia de que é possível venda de passagens aéreas no preço anunciado diante de mercado tão volátil.
Em um segundo momento, após a celebração do contrato: não cumpre a oferta; transfere o risco ao consumidor; fixa obstáculo para devolução do valor recebido; dificulta o atendimento aos clientes. “Uma verdadeira cilada. Vê-se, assim, a quebra da confiança, por parte da empresa”, aponta na ação o promotor de Justiça de Uberlândia Fernando Martins.
Além disso, o MPMG defende os efeitos vinculantes da oferta de consumo: o dever de realizar o contrato anunciado na oferta; o dever de contratar nos moldes ofertados; e o dever de rescindir, restituindo o que recebeu, sem prejuízo de perdas e danos. “Há igualmente outro efeito jurídico: o relativo à indenização coletiva, considerando a enganosidade da oferta, porque juridicamente a ninguém é dado lograr através da mentira”, acrescenta o promotor de Justiça.
Segundo a ACP, não restam dúvidas da abusividade, pois a 123 Milhas repassa o risco do insucesso de sua atuação aos consumidores, muito embora fosse muito bem remunerada para isso.
GRUPO COM NOTÍCIAS DO POR DENTRO DE MINAS NO WHATSAPP
Gostaria de receber notícias como essa e o melhor do Por Dentro de Minas no conforto por WhatsApp. Entre em grupos de últimas notícias, informações do trânsito da BR-381, BR-040, BR-262, Anel Rodoviário e esportes.
Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Acompanhe o Por Dentro de Minas no YouTube
Assista aos melhores vídeos com as últimas notícias de Belo Horizonte e Minas Gerais. Informações em tempo real.