Com foco na repressão dos crimes de furto e receptação de cabos de energia e telecomunicações, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) desencadeou, na manhã da última sexta-feira (7), a operação Cuprum, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na oportunidade, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em diversos estabelecimentos, no bairro Parque Industrial.
Ao todo, os policiais apreenderam 20 toneladas de materiais, além de instrumentos utilizados na prática delitiva, cadernos com anotações de contabilidade, um celular e um notebook. O responsável por um galpão também foi preso em flagrante, pelo crime de receptação, sendo a prisão dele convertida em preventiva.
O delegado regional Romulo Guimarães Dias ressalta que “trata-se de um dos maiores receptadores da região de Contagem, devido ao grande volume de material apreendido”.
Esquema criminoso
De acordo com Romulo, no local onde o homem foi preso, a PCMG identificou o processo adotado para desconfigurar o produto ilícito, transformando-o em suposto bem lícito. “Os fios, conforme são subtraídos das torres de telefonia, são picotados em tamanhos de aproximadamente 20 centímetros. Posteriormente, eles são armazenados em uma caixa, até que se atinja um volume considerável desse produto, para depois serem colocados em uma máquina que faz a trituração do material”, detalha o delegado.
Durante o processo, conforme explica Romulo, o fio é separado do plástico que o envolve, resultando na extração pura do cobre. Dessa forma, não é mais possível identificar a origem do produto.
No local das buscas, a Polícia Civil encontrou vestígios que apontavam para o esquema criminoso. “Foi possível identificar cabos com a logomarca de empresas de telecomunicações”, destacou o delegado Arthur Benicio, acrescentando que os policiais encontraram no local vultoso material metálico de origem ilícita, como cabos de telecomunicação, cobre triturado, fios de alumínio, cabos, além de resíduos plásticos resultantes do processamento.
Arthur conta que, no curso do trabalho, a equipe da PCMG constatou, ainda, que o estabelecimento em questão não possuía alvará de funcionamento, sendo o conduzido notificado por representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação para promover a regularização. No local, também compareceu um auditor da Receita Municipal, constatando que o estabelecimento comercial, desde a sua constituição, em nenhum momento emitiu nota fiscal.
“As operações continuam, no sentido de identificar novos autores e de combater esse tipo de delito na nossa região”, concluiu o chefe do 2º Departamento de Polícia Civil em Contagem, Cesar Augusto Monteiro.
A operação, coordenada pela 4ª Delegacia de Polícia Civil em Contagem, contou com o apoio das 1ª, 2ª e 3ª Delegacia de Polícia na cidade, além de profissionais das empresas de telecomunicação, Guarda Civil de Contagem, Vigilância Sanitária e Setor de Zoonoses.