Minas Gerais registrou a abertura de mais de 110 mil pequenos negócios no primeiro trimestre de 2023, conforme números da base de dados do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do Ministério da Economia e da Receita Federal. O total se manteve praticamente estável no comparativo com o mesmo período do ano passado, atingindo leve crescimento de 0,93% nas formalizações. Em relação ao primeiro trimestre de 2021, houve ligeira queda, de quase 6%, na abertura de microempresas (ME), empresas de pequeno porte (EPP) e microempreendedores individuais (MEI).
Do total de formalizações nos três primeiros meses deste ano, 87,5 mil (79,5%) são MEI, além de quase 20 mil ME (18,1%) e 2,6 mil EPP. “Não é apenas o número expressivo de microempreendedores individuais o que chama a atenção neste levantamento. Um dado relevante e que aponta para uma possível melhora no ambiente de negócios do estado é o aumento do número de empresas de pequeno porte abertas no primeiro trimestre deste ano, o maior registrado para o período desde 2019. Isso, sem dúvida, é um indicador de otimismo do mercado, já que as pequenas empresas precisam de investimentos iniciais maiores e mais tempo de planejamento para a abertura em relação a microempresas ou ao MEI”, explica o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
O setor de Serviços foi responsável pela abertura de quase 60 mil pequenos negócios no primeiro trimestre do ano, o que representa 54,2% das formalizações no período. Em relação ao mesmo período do ano passado, a abertura de empresas do segmento cresceu 6,38%. O Comércio teve quase 27 mil formalizações (queda de 3,41% no comparativo o primeiro trimestre de 2022), enquanto a Indústria abriu 13,5 mil empresas (recuo de 9,96%). A Construção Civil foi responsável por 8,4 mil formalizações (queda de 2,15%) e a Agropecuária registrou 1,4 mil pequenos negócios abertos (avanço de 5,17%) em relação aos três primeiros meses do ano passado.
As atividades com maior número de abertura de pequenos negócios no primeiro trimestre de 2023 foram promoção de vendas (5.449); comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios (5.207 e cabeleireiros, manicures e pedicures (4.139).
Atividades encerradas
Entre janeiro e março de 2023, 66 mil pequenos negócios foram encerrados no estado, o que representa um aumento de 34,41% em relação ao primeiro trimestre de 2022 e de 57,5% em comparação com o mesmo período de 2021. Como nas aberturas, os setores de Serviços e Agropecuária foram os que apresentaram maior percentual de aumento em baixas de empresas – o primeiro registrou um crescimento de 40,60%, no comparativo com o primeiro trimestre de 2022 e o segundo mostrou avanço de 44,09% no encerramento de pequenos negócios.
Quase 80% dos encerramentos foram de empreendimentos categorizados como microempreendedor individual (MEI), o que pode ser justificado pela maior facilidade em encerrar as atividades desta categoria, pois são empreendimentos menos burocráticos para realizar a baixa do CNPJ.
“É importante destacar que a deterioração do ambiente macroeconômico influencia diretamente as pequenas empresas. Com uma conjuntura que apresenta juros altos, inflação persistente e escassez de disponibilização de créditos, o empreendedor perde a confiança de investir no seu negócio ou até mesmo em seguir com a empresa em atividade”, analisa Marcelo de Souza e Silva.
O comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios registrou um total de 4.582 empresas que fecharam as portas no primeiro trimestre. Promoção de vendas (3.244), cabeleireiros, manicures e pedicures (2.432) e obras de alvenaria (2.133) também se destacaram entre as atividades que mais tiveram negócios encerrados no período.