A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu em flagrante, pelo crime de extorsão, um homem, de 57 anos, suspeito de simular o próprio sequestro e exigir dinheiro de parentes, nessa quarta-feira (16/3). Depois de tentativas frustradas de obter algum valor, o investigado foi até uma loja de artigos esportivos em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e, fingindo ter sido liberado pelos supostos sequestradores, pediu para que a atendente entrasse em contato com a esposa dele.
O caso foi atendido pela Delegacia Especializada Antissequestro, vinculada ao Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp). Segundo a delegada Fabíola de Oliveira, após ser “resgatado”, o homem acabou confessando ter tramado a história. “Ele disse que tem uma dívida em uma imobiliária, no valor de R$ 12 mil. Depois de um acordo, ele pagaria em oito parcelas, mas não possuía o dinheiro. Então, resolveu simular o sequestro. Começou a extorquir parentes mais distantes até os mais próximos”, conta.
De acordo com a delegada, o contato com familiares era feito por aplicativo de mensagem. A exigência era para que a transferência de valores fosse feita via Pix, ou depósito direto no caixa, para a conta bancária da “vítima”, sob a alegação de que os supostos sequestradores estariam com o cartão dela. Era informado ainda que, tão logo chegasse a mensagem de que o dinheiro havia sido depositado, os “criminosos” o liberariam na Rodovia Fernão Dias e fugiriam.
Dinâmica
Conforme apurado, os contatos começaram no dia anterior (15/3), entre 13h e 14h. Os primeiros acionados foram uma prima que mora em outro estado e uma irmã com quem o homem pouco se relacionava. “Desconfiadas de se tratar de trote, elas o bloquearam. Como ele viu que não estava conseguindo, passou a extorquir os filhos e a esposa, que não tinham o dinheiro. Um sobrinho também foi contatado e tentou ganhar tempo para a polícia começar a investigar e localizar os sequestradores”, descreve.
Por volta de 5h30 de ontem, a equipe policial foi acionada e passou a trabalhar no caso. No fim da manhã, às 11h50, houve o “resgate”. “É de suma importância que as pessoas entendam que forjar o próprio sequestro, extorquindo parentes e familiares, constitui crime e gera responsabilização criminal. Ressaltamos que ações como a combatida ontem mobilizam as forças de segurança pública e não podem ficar impunes”, ressalta a Fabíola de Oliveira ao informar que o homem foi encaminhado ao sistema prisional.
A pena para o crime de extorsão é de quatro a dez anos de prisão.
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