Nos dias 2 e 3 deste mês, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em Três Pontas, no Sul de Minas, prendeu três pessoas suspeitas pelo crime de estelionato. Os investigados, de 23, 27 e 32 anos, naturais do estado de São Paulo, foram presos em hotéis da cidade mineira. Conforme apurado pela PCMG, o trio agia vendendo cursos técnicos e profissionalizantes inidôneos.
As investigações estão em andamento desde dezembro do ano passado, quando começaram a ser veiculadas publicidades em redes sociais oferecendo dezenas de cursos técnicos gratuitos, nas áreas de saúde, construção civil e social.
Há indícios de que os suspeitos, nos últimos dias, tenham passado por Campanha, Camanducaia, Elói Mendes, São Gonçalo do Sapucaí, Cambuí, Estiva, Pouso Alegre, Congonhal, Carmo de Minas e Extrema, cidades do Sul de Minas. Há também registros de atuação da organização criminosa em outros estados do Brasil, entre eles São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Esquema criminoso
Levantamentos indicam que, ao entrar em contato com os suspeitos, as vítimas eram convidadas a deixar o nome e o contato telefônico. Em seguida, elas eram avisadas de que haviam sido selecionadas e deveriam comparecer no horário e local indicados, geralmente, hotéis, associações comerciais e até câmaras municipais.
No local, as vítimas dos golpistas participavam de uma palestra, em que eram apresentadas aos cursos e plataformas. Nesse momento, os suspeitos informavam que o curso era gratuito, mas seria necessário adquirir o material técnico pedagógico pelo valor de R$1.200 no boleto, R$400 à vista no dinheiro, ou ainda por R$600 no cartão, parcelado em até dez vezes. Todos os cursos possuíam o mesmo valor. Os investigados ainda prometiam a entrega do certificado por meio de instituição credenciada no Ministério da Educação, após a realização de aulas práticas e avaliações.
Investigação
Por meio da análise de centenas de cadastros, máquinas de cartão e celulares, a PCMG apurou inconsistências nos dados fornecidos pelos investigados, entre elas, diversos CNPJs indicados nos cadastros — alguns inaptos e outros sem vínculos com a área de educação — endereços incorretos ou inexistentes, e a ausência de vínculos dos vendedores com as empresas.
Também foi realizado contato com pessoas encontradas em registros cadastrais e quase todas indicaram que não conseguiram sequer acessar a plataforma. A equipe da PCMG ainda verificou diversos registros de ocorrência, em várias cidades, com os nomes das empresas, CNPJ ́s, números de telefone e, inclusive, com o nome de um dos suspeitos, indicando o estelionato.
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