A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito policial que investigou a morte de uma psicóloga, de 37 anos, encontrada no porta-malas de seu próprio carro, em Pouso Alegre, no Sul do estado. As provas e os fatos apurados levaram à conclusão de suicídio cometido pela mulher, no dia 22 de agosto do último ano.
O corpo da psicóloga, na ocasião, foi encontrado pelo marido. Ela usava trajes de ciclista e estava com as mãos amarradas, de forma frouxa e simples. A perícia não identificou evidência de violência, e a chave do carro estava junto ao corpo. A casa também não apresentava indicativos de arrombamento nem faltava qualquer objeto.
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De acordo com o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Bartoli, o fato tornou-se complexo porque, de acordo com os sinais, a psicóloga teria tentado simular outra situação que explicasse sua morte. “Ela buscou despistar o marido e amigos com informações, como um passeio de bicicleta que faria e que estava na rua e havia sido assediada por estranhos. Os levantamentos comprovaram que ela não havia saído de casa”, esclarece.
Os registros de chegada e localização do marido foram confirmados por câmeras de segurança do bairro, radar da rodovia e pela localização do celular. Além disso, a PCMG apurou que a mulher havia desmarcado um paciente que atenderia naquela semana, dizendo que iria para Bauru, em São Paulo, no fim de semana, viagem que não fez.
As apurações, conduzidas pela Delegacia de Homicídios em Pouso Alegre, indicam que, nos registros de mensagens enviadas ao marido, ela informava a satisfação por ter estacionado o carro de ré pela primeira vez, e estava saindo para pedalar com uma bicicleta emprestada tipo speed para a cidade de Borda da Mata. “De acordo com as conclusões obtidas pela Polícia Civil, as mentiras contadas foram para criar álibi e evitar que o marido questionasse a bicicleta dela, da modalidade mountain bike, em casa, mesmo ela dizendo que sairia para pedalar”, revela Bartoli.
A PCMG também analisou os cadernos, anotações e agendas da mulher. O material foi encontrado na casa dela, e o conteúdo pode apontar para predisposição ao suicídio e claros indícios de depressão. “Por fim, o laudo de necropsia comprovou ausência de lesão ou sinal, até mesmo de perfuração de agulha, e os laudos complementares encontraram 14,6 dg/l de álcool e um medicamento barbitúrico, com propriedades sedativas e anticonvulsivantes, que atua diretamente no sistema nervoso central”, complementa o delegado.
Em janeiro do mesmo ano, a vítima havia tentado suicídio, de acordo com registros médicos, mas foi encontrada a tempo pelo marido.
O inquérito policial foi encaminhado ao Ministério Público e arquivado pela Justiça.
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