Os indígenas Pataxó e Pataxó Hã-hã-hãe, da aldeia Naô Xohã, realizaram na manhã desta terça-feira (25) um protesto e ocuparam uma linha férrea da Vale. A aldeia foi um dos pontos atingidos pelo rompimento de barragem da Vale em Brumadinho (MG), em 2019.
A linha do trem da Vale e da rodovia nas proximidades do território indígena da aldeia Naô Xohã foi fechado em protesto. Desde as chuvas de janeiro de 2022, a aldeia está contaminado pela cheia do Rio Paraopeba.
Segundo integrantes dos indígenas, o objetivo do ato é dar visibilidade e repudiar os três anos do rompimento da barragem da Vale, completados hoje, sem uma reparação integral e justa. Estão presentes na manifestação toda a comunidade, incluindo mulheres grávidas, crianças e idosos.
As principais reinvindicação são que a Vale promova o imediato reassentamento dos indígenas em novo território, sem contaminação, a garanta tendas e barracas de camping suficientes para abrigar toda a comunidade indígena provisoriamente até que a mineradora finalize a construção de casas tradicionais suficientes para abrigar todas as famílias da comunidade, o pagamento de um salário-mínimo para cada indígena da comunidade, independente de idade, até que o processo de reparação integral seja finalizado e a realização da contratação emergencial do IEDS para que seja iniciado o diagnóstico de saúde de forma emergencial.
O protesto é pacífico e só será encerrado mediante o atendimento, pela Vale, das nossas reinvindicações.
Vale negou realocação das famílias
No dia 9 de janeiro, a aldeia Naô Xohã precisou ser esvaziada depois das chuvas intensas que atingiram Minas Gerais e que fizeram as águas do rio Paraopeba, já contaminado por metais pesados, invadir nossas casas e outras estruturas da aldeia.
Depois de sermos resgatados da cheia pelo Corpo de Bombeiros e abrigados em uma escola municipal de São Joaquim de Bicas, e sem condições de voltar ao território contaminado, a Vale negou a possibilidade de realocar nossas famílias em local seguro, afirmando que o território não está contaminado e que está em condições dos indígenas voltarem.
No entanto, os relatórios do IGAM (2021) e da SOS Mata Atlântica (2020) confirmam a desconformidade de metais pesados, como Cobre, Manganês e Sulfetos nas águas do rio Paraopeba, de forma que a argumentação da Vale não condiz com os estudos já realizados e coloca em risco a vida de nossas crianças, idosos e guerreiros e guerreiras indígenas.
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