A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu, nesta quinta-feira (20), mandado de prisão contra um homem, de 51 anos, suspeito de se passar por guarda municipal e manter um relacionamento afetivo com uma adolescente de 13 anos. A relação teria durado dois anos, e os crimes foram registrados em Belo Horizonte.
Segundo as investigações, após alguns meses de afastamento, o suspeito teria voltado a procurar a vítima, ameaçando-a para que voltassem a se encontrar. Ela procurou uma policial amiga da família, que a instruiu a registrar a denúncia na Polícia Civil.
A adolescente tem atualmente 15 anos e relatou que, aos 13, conheceu o investigado, que se apresentava como guarda municipal em uma rede social. Segundo ela, os dois passaram a se relacionar de forma consensual, mantendo relações sexuais. O suspeito ainda fornecia a ela bebidas alcoólicas e drogas. Em uma das oportunidades, o investigado teria levado um terceiro para o encontro deles.
Ainda segundo a adolescente, o investigado gravava as relações sexuais sem consentimento dela e, depois de um tempo, quando ela quis parar de encontrá-lo, ele passou a ameaçá-la, afirmando que divulgaria as imagens.
A vítima relata que, desde então, passou a ser obrigada a encontrá-lo e manter relações sexuais. Não suportando mais a situação, ela pediu ajuda a uma policial conhecida da família, através das redes sociais. Esta policial, ouvindo a gravidade dos relatos da adolescente, orientou-a para que contasse para a mãe. Elas então acabaram por procurar uma unidade policial e registrar a ocorrência.
Investigações
Após investigações, o indivíduo foi identificado e a delegada representou por medidas cautelares em favor da vítima. O suspeito trabalha como vigilante e foi preso em virtude de mandado judicial de prisão preventiva, sendo cumprido ainda mandado de busca e apreensão na residência dele.
De acordo com a delegada Renata Ribeiro Fagundes, os mandados foram cumpridos no bairro Piratininga, onde foram apreendidos um simulacro de arma de fogo, uma capa da guarda municipal de Belo Horizonte, um aparelho celular, além de outros dispositivos de informática. “Nossa expectativa é que com esse material consigamos investigar se há outras vítimas, bem como outras pessoas envolvidas nos crimes”, afirma.
O delegado Diego Lopes explica que apenas o fato do homem manter relações com uma adolescente de 13 anos já configurava o crime de estupro de vulnerável, uma vez que a Lei explicita que adolescentes com idade inferior a 14 anos, ainda que de forma consentida, não podem praticar ato sexual com adultos. “Como agravante, durante esse tempo, o indivíduo também produziu conteúdo pornográfico com ela. Conseguimos encontrar esse material no celular dele, e ele foi preso também em flagrante por ter armazenado conteúdo pornográfico infantojuvenil”, explica.
Na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, o investigado foi ouvido e, posteriormente, encaminhado ao sistema prisional.